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segunda-feira, 25 de setembro de 2017

POLINIZAÇÃO DO CAJU E DA MANGA PODEM CAUSAR CONJUNTIVITE.

Consultórios e hospitais recebem mais casos de crianças, adolescentes e adultos jovens acometidos por conjuntivite


O início da primavera marca também, aqui no Piauí, o período de polinização de algumas árvores frutíferas típicas, como caju e manga. A viagem desse pólen pelo ar proporciona a florada e a colheita dos deliciosos frutos, mas também pode significar, para algumas pessoas, o desencadeamento de alergia oculares. É o que alerta o oftalmologista Daniel Silveira.
Segundo o médico, é uma época do ano em que os consultórios e hospitais recebem mais casos de crianças, adolescentes e adultos jovens acometidos por conjuntivite alérgica. Essa doença se divide em quatro tipos: conjuntivites alérgicas agudas do tipo sazonal, perene, a cerotoconjuntivite primaveril e a dermato ceratoconjuntivite atópica. "A conjuntivite alérgica sazonal, como o próprio nome já diz, coincide agora nessa época do ano com a polinização das árvores grandes, principalmente nas regiões sul e sudeste. Aqui no Piauí é a época da safra de caju e manga, logo não podemos deixar de levar em conta que pessoas que tem alergia nessa época podem ter quadro de conjuntivite alérgica. É um quadro em que as pessoas chegam nos consultórios com prurido ocular, que é a coceira, lacrimejamento abundante e às vezes até edema de pálpebra", afirma o especialista.

O tipo mais agressivo é a cerotoconjuntivite primaveril, que atinge tanto a conjuntiva quanto a córnea nessa época do ano (quente e seco). O paciente tem sintomas mais agudos e se ele não tomar nenhuma atitude, pode apresentar úlceras de repetição, podendo baixar a qualidade de sua visão. "Tem que ser tratada agressivamente com corticoides tópicos de alta potência e temos que ter cuidado com a monitorização do aumento da pressão intraocular e com o desenvolvimento de catarata por conta do uso de corticoide. Deve-se usar medicamentos à base de antialérgicos tópicos e, se for criança, sempre tem que ser com acompanhamento do alergologista. Quando mesmo o tratamento com corticoides e antialérgicos são ineficazes ou quando tem uma melhora e logo depois uma remissão da doença, você pode pensar em fazer uso de imunomoduladores, como tacrolimus, ciclosporina, que vai primeiro poupar o olho do paciente dos efeitos colaterais do corticoide, como catarata e glaucoma", explica.

Já a conjuntivite perene ataca o paciente o ano todo, independente do período. É mais branda, onde o paciente tem um pouco de fotofobia, lacrimejamento e coceira. E o quarto tipo é a dermato ceratoconjuntivite, que tem ligações com a dermatite da pele e pode vir correlacionada com as doenças respiratórias - asma, rinite, sinusite - com predileção para acometimento em adultos jovens. O médico ressalta que o importante é saber como se comportar diante dos desencadeadores da alergia.
Além da polinização, outro grande causador de alergias é o ácaro, que adora ambientes úmidos e fechados. As crises também podem ser agravadas por substâncias irritativas, como por exemplo cigarro, perfume, produtos de limpeza, alguns tipos de alimentos.
Olho seco
Nesse período de B-R-O-BRO, o olho seco pode ser um diagnóstico diferencial de alergia. É nessa época que a baixa umidade relativa do ar e o clima quente favorecem aos sintomas de olho seco, que são vermelhidão, irritação, coceira, empastamento visual, o paciente tem dificuldade de estar em ambientes com ar condicionado e vento.

"Por isso tem muito nessa época uma correlação entre a alergia e o olho seco. Essa correlação se dá principalmente pelo clima ser quente e seco, favorecendo a ceratoconjuntivite primaveril e o aparecimento do olho seco. Sempre orientamos a lubrificar, evitar ambientes com vento, usar umidificador de ar ou bacia com água, ou deixar a pia do banheiro ou da cozinha cheias de água para melhorar a umidificação. Também temos problemas respiratórios que podem vir a aparecer devido à baixa umidade do ar", afirma Daniel Silveira.
O mais importante é que nessas duas patologias tem que procurar o médico para que ele possa fazer o diagnóstico e passar o tratamento, além de prevenir futuras doenças desencadeadas pela alergia ocular.
Fonte: AsCom

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