Jaguaribara. Desde o dia 21 de outubro, o Açude Castanhão opera no volume morto, segundo o Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs). Nessa data, o manancial atingiu 3,73% da sua capacidade de armazenamento. Atualmente, está com 3,41%, o equivalente a 228 milhões de m³. Para o administrador do Complexo Castanhão, Fernando Pimentel, a situação é extremamente grave. A Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) nega a entrada no volume morto.
"A perda de água é impressionante. Para se ter uma ideia, de 10 de fevereiro e 24 de abril o Castanhão armazenou 77 milhões de m³. No dia 31 de julho, já tinha perdido todo esse volume. Em dias mais quentes, como o de hoje (ontem), a evaporação consome por volta de 4 mm de lâmina d'água. São 700 a 800 mil m³ de água por dia", explicou Pimentel.
Na tarde de ontem, enquanto dava entrevista, Fernando Pimentel recebeu um documento da Cogerh solicitando um aumento da vazão da água do Castanhão para o Rio Jaguaribe de 4,5 m³/s para 5,3 m3/s. "Isso é muito estranho. No momento em que o Açude atinge o seu menor percentual e a RMF não consegue atingir a tarifa de contingência", indagou.
Pimentel encaminhou a solicitação à direção geral do Dnocs. "Só liberarei o aumento da vazão se vier ordem da direção", garantiu. Por volta das 18h, Pimentel foi informado que "só haveria a liberação se a Cogerh desse uma justificativa técnica".
O presidente do Comitê da Bacia do Médio Jaguaribe, Daniel Linhares, disse que o assunto sequer foi discutido na última reunião do Comitê. "Teria que ser discutido e aprovado".
O prefeito de Jaguaribara, Joacy Júnior, também questionou a solicitação. "A nossa reivindicação foi o contrário. Pedimos para diminuir imediatamente a vazão. Esse nível de 4,5 foi acordado em maio último. De lá para cá, a situação se agravou. Ficou acertado que, em dezembro próximo, a válvula seria fechada. E para Fortaleza a vazão diminuiria de 3,0 para 2,5".
Dado contestado