Fernanda da Escóssia
Marta Avelhaneda Gonçalves faria 15 anos em junho, e a família já começava a planejar a festa. Mas o aniversário, o sonho de cursar medicina, a vida inteira de Marta ficou pelo caminho: ela morreu na última quarta-feira após uma briga com colegas da Escola Estadual Luiz de Camões, em Cachoeirinha, na Grande Porto Alegre.
Segundo a Polícia Civil, o laudo do Instituto Médico Legal indica que a jovem sofreu estrangulamento por asfixia mecânica. Mesmo assim, ainda não estão completamente esclarecidas as circunstâncias do caso e a forma como uma briga na escola, na primeira semana de aula, se transformou em morte.
Violência, preconceito, agressão e exclusão fazem parte da rotina de escolas públicas brasileiras, mostram relatos, pesquisas e análises sobre o assunto. A necessidade de ajuda para lidar com o tema é um dos argumentos em defesa do projeto de lei 3.688, em tramitação no Congresso há 17 anos, que propõe a contratação de psicólogos e assistentes sociais para assegurar a atendimento a alunos da rede pública e apoio aos professores no ambiente escolar.
Ouvidos pela BBC Brasil, psicólogos, professores e especialistas defendem o mérito e a necessidade do projeto, mas organismos como a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) levantam dúvidas sobre sua viabilidade financeira e operacional. A proposta foi aprovada na Câmara, passou pelo Senado e voltou à Câmara.