Boris Miranda
Desde o início do mês de novembro, a capital da Bolívia, La Paz, enfrenta uma grave falta d'água - o desabastecimento e o racionamento afetam diretamente mais de 100 bairros e cerca de 340 mil pessoas, segundo o jornal americano "The New York Times".
É a pior crise em 25 anos, que agora chegou também à vizinha cidade de El Alto. Nas principais represas que abastecem a capital, os volumes de água são menores que 10%.
Foi a pedido exatamente da Bolívia que, em julho de 2010, as Nações Unidas reconheceram o acesso à água como direito humano básico.
A BBC Mundo, serviço em espanhol da BBC, acompanhou a rotina das pessoas afetadas pelo problema.
Torneiras viraram 'enfeite'
Numa sexta-feira, às 5h, a temperatura em La Paz não chega a três graus. Antes do nascer do sol, Marco lava o rosto com a água de uma jarra e um balde, aquecida com um dispositivo elétrico portátil.
Ele não tem tempo de fazer a barba porque precisa chegar cedo à casa da mãe e ajudá-la a carregar pesados baldes cheios do produto mais procurado há um mês em La Paz.
Grande parte da cidade está há mais de um mês vivendo com um dramático racionamento de água potável. Ou seja: casos como o de Marco e sua mãe se repetem em milhares de casas.