O governo central espanhol anunciou nesta sexta-feira a dissolução do Parlamento regional catalão, a demissão de lideranças locais e a convocação de uma eleição catalã para 21 de dezembro, em resposta à aprovação do início de processo de independência da Catalunha.
Em meio à mais grave crise política da Espanha nas quatro décadas de redemocratização, o premiê espanhol, Mariano Rajoy, afirmou, em discurso transmitido pela TV, que o presidente catalão Carles Puigdemont e seu gabinete serão removidos de seus postos e que os catalães escolherão novos representantes.
"É urgente ouvir aos cidadãos catalães, a todos eles, para decidir seu futuro, e ninguém pode agir fora da lei em nome deles", declarou Rajoy.
A crise escalou nesta sexta-feira quando o Parlamento da Catalunha deu aval ao processo para "constituir uma república catalã como Estado independente, soberano, democrático e social", em uma sessão tumultuada, que foi abandonada pelos principais partidos de oposição antisseparatistas.
Cerca de uma hora depois, o Senado espanhol aprovou a intervenção de Madri no governo catalão, dando a Rajoy o poder de dissolver o Parlamento catalão e convocar eleições.
As medidas, amparadas no artigo 155 da Constituição espanhola, foram aprovadas na Câmara Alta com 214 votos a favor, 47 contra e uma abstenção.
"Não estamos dispostos a deixar que liquidem nossa Constituição. Tranquilidade, o Estado reagirá a altura", disse Rajoy.