Iguatu. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) prorrogou até o próximo dia 15 de junho a primeira etapa da Campanha de Vacinação Contra a Febre Aftosa, em 2018. A Pasta justificou a medida por causa da greve dos caminhoneiros que afetou, em vários estados, a distribuição de doses para os lojistas e dificultou o trabalho de imunização no campo. A falta de combustível também atrapalhou o deslocamento de produtores rurais.
O coordenador do Programa de Erradicação da Aftosa, médico veterinário Joaquim Sampaio Barros, considerou a decisão do Mapa correta. "Houve muita solicitação de outros estados porque o movimento dos caminhoneiros com bloqueio nas estradas impediu a entrega de vacinas que foram compradas e a falta de combustível afetou o deslocamento para as áreas de criação", justificou. "Agora vamos ter mais tempo, mas faço um apelo para que os criadores não deixem para última hora".
Joaquim Sampaio sugeriu que os criadores poderiam aproveitar o feriado de hoje (Corpus Christi) e este fim de semana para vacinar o rebanho. "Quem poder deve vacinar logo os animais", pontuou. "Vamos atingir a meta de 90%, definida pelo Ministério porque acreditamos na adesão dos produtores".
De acordo com a Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adagri), em comparação com igual período de 2017, o Ceará já superou, neste ano, em 8,1% a quantidade de animais imunizados contra a aftosa. O índice atual é de 39,7%, enquanto em maio do ano passado era de 31,6%, no 17º dia de campanha. "Esse é um dado positivo", comemorou Sampaio.
Neste ano, o Ceará tem um rebanho estimado pela Adagri em 2.525.662 (bovinos e bubalinos). Foram imunizados, até ontem, 1.002.887. O criador tem o prazo de 15 dias, após a compra da vacina, para informar nos postos da Adagri ou da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce) a vacinação do rebanho, por isso ocorre um atraso nos números. "Hoje já deve ser um número maior, mas ainda não houve a declaração por parte dos criadores", observou Sampaio.
O esforço do Ceará é para ficar livre de aftosa sem vacinação a partir de maio de 2020, ou seja, só faltam quatro campanhas. O Brasil foi dividido em cinco grupos e o Ceará é o terceiro. Até 2021 todo o País deve alcançar a condição de ficar livre da doença sem imunização. "Em 2021, vamos receber fiscalização e acompanhamento de técnicos do Ministério e, em 2022, esperamos finalmente obter a certificação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
O titular do Mapa, Blairo Maggi, recebeu, no dia 24, em Paris, durante a 86ª reunião da OIE, certificado que confere ao Brasil o status de livre da febre aftosa com vacinação.