Mônica Manir
Parecia uma alergia a picada de inseto. Mas uma enfermeira que visitou a escola de Evelin teve outra suspeita.
Aproximou um tubo de ensaio quente e outro frio na mancha vermelha na mão da menina, deu uma ligeira alfinetada e passou algodão por cima.
A menina acusou sensibilidade, mas nem tanto. A mancha, que avançava na direção do polegar, estava dormente. Tinha cara de hanseníase. E era.
Moradora de São Luís, no Maranhão, Evelin encorpa, aos dez anos, a estatística da doença em território nacional.
A cada ano, o Brasil registra 30 mil casos novos de hanseníase, enfermidade já controlada em grande parte do mundo. Perde apenas para a Índia, com 126 mil registros/ano.
Terra de Evelin, o Maranhão é líder em casos absolutos no Nordeste e segundo no país (atrás apenas de Mato Grosso), com cerca de 3,5 mil novos casos por ano informados ao Ministério da Saúde. A pobreza e baixos índices sociais, assim como a falta de médicos, estão entre as principais dificuldades apontadas para lidar com o problema.