EM BANABUIÚ-CE ENFRENTA RACIONAMENTO DE ÁGUA.

Fonte:Diário Regional

O Açude Arrojado Lisboa, o terceiro maior do Ceará, enfrenta uma situação jamais vista, com apenas 0,51% acumulados, de sua capacidade total ( Foto: Eduardo Queiroz )

Banabuiú. O Açude Arrojado Lisboa, construído neste Município, distante 220Km da Capital, e considerado o terceiro maior do Ceará, enfrenta uma situação jamais vista, com apenas 0,51% acumulados de sua capacidade total. Em decorrência disso, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) faz o racionamento desde maio, num primeiro momento apenas alguns bairros. Num dia a água chegava, no outro, faltava.

> Reservatório seco transforma  a paisagem de Quixeramobim 

Agora, toda a população da sede tem a água racionada. Segundo o diretor interino do SAAE, Weveny Kel Carneiro, a medida foi estudada pelo órgão: "Hoje é necessário racionar porque a previsão de chuva é zero, e, do jeito que está o nosso açude, só tende a piorar".

Os moradores se queixam que nem sempre a água chega no dia marcado. No bairro Alto Alegre, a situação é ainda mais difícil. "A água passa de três, cinco dias pra chegar aqui e quando chega é de madrugada. A gente tem que se levantar 3h porque, 5h, 6h já não tem mais", relatou uma moradora que pediu para não ser identificada.

Com o esgotamento do Açude, o Rio Banabuiú está praticamente morto. A pouca água restante é usada apenas para consumo humano e animal. A vazão foi interrompida e agricultores de comunidades da zona rural sofrem sem ter água para as plantações. O turismo é prejudicado sem o principal cartão-portal.

Segundo Genival Maia Barreiros, presidente da Colônia de Pescadores Z-14, a atividade também foi dizimada. "Não tem mais o que tirar desse rio, o jeito é os pescadores irem embora. Estão indo tudo pra outros Estados", conta. Com o rio seco, comer um peixe frito nas poucas barracas que ainda funcionam no balneário, passou de R$ 35 para R$ 50.

Para o chefe do escritório do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), em Banabuiú, Ariston Queiroz, o principal temor é que haja uma mortandade de peixes. "Ele ainda tem 25 centímetros de água que tomou do inverno deste ano. E dá pra segurar bem, pelo menos até o ano que vem. O negócio é não morrerem os peixes, porque aí, fica complicado", explicou Ariston. O Arrojado Lisboa ainda tem pouco mais de 8 milhões de metros cúbicos e o consumo o faz diminuir um por cento diariamente. "Só a evaporação corresponde a 80% do que é diminuído todo dia, porque o calor ta grande", ressaltou.