Clubes, entidades e atletas se unem para ajudar famílias em situação de vulnerabilidade social durante pandemia do novo coronavírus. Há doação de máscaras, cestas básicas, além de campanhas para arrecadação de fundos
Fonte:Por Alexandre Mota, alexandre.mota@svm.com.br
O futebol cearense deu as mãos em prol do povo. No momento de incerteza, nada de rivalidade, apenas união. O produto é a resiliência dos funcionários, atletas e Estado. Nesta partida, o adversário é apenas um: o novo coronavírus. O exemplo é de solidariedade.
O "porquê" se explica no tempo, já são mais de 90 minutos. E segue dividido em dois, o antes e o pós-pandemia. A parada das competições significou o começo de outro cenário, da necessidade de auxílio. Por isso, Ceará, Ferroviário e Fortaleza ascenderam.
Na tradição centenária, assumiram protagonismo também fora dos gramados para se fazer presente. Viraram um norte na corrente do bem e do apoio, seja alvinegro, coral ou tricolor.
Assim, o Vovô, por exemplo, realizou a doação de duas mil máscaras personalizadas para o Hospital Sopai, especializado no atendimento infantil. A conta é possível pois o clube iniciou a produção do equipamento e acumula 5 mil solicitações para a fábrica.
A comercialização do produto e os royalties acumulados, com venda por delivery, serão revertidos na fabricação de mais máscaras destinadas à unidade hospitalar.
E vale ressaltar que, ao lado do rival Fortaleza, o time doou máscaras aos operários da construção do hospital de campanha, no Estádio Presidente Vargas (PV), com estrutura de atendimento para os contaminados pelo novo coronavírus.
Na tentativa de auxílio, o Alvinegro de Porangabuçu ainda criou a campanha "Vozão do Bem", em que torcedores podem doar dinheiro - a partir de R$ 20 - para um fundo de auxílio a moradores em situação de vulnerabilidade. O clube já fez, inclusive, a primeira entrega de donativos: duas toneladas de alimentos e também máscaras.
Nas redes sociais, sócios-torcedores do Alvinegro de Porangabuçu ganharam espaço para divulgação de microempresas durante a pandemia.
Doações do elenco
No crivo da desigualdade social, o futebol foi generoso com o próprio universo. Coube aos que tinham mais partilhar com os companheiros com menor ganho sem que houvesse interferência dos times que defendem.
Em março, no mês em que a pandemia teve início no Estado, parte dos atletas de Ceará e Fortaleza entregaram cestas básicas para 150 famílias de profissionais sem clube e ex-atletas. Nomes como Ricardinho, Marcelo Boeck, Luiz Otávio, Samuel Xavier e outros ídolos alvinegros e tricolores reunidos em empatia.
A iniciativa foi do Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Ceará (Safece), que distribui os alimentos entre a Capital, Barbalha, Crato, Juazeiro do Norte e Sobral. A entidade, inclusive, doa mantimentos de forma mensal para profissionais carentes.
A ação não foi a única. De forma isolada, o craque Everton Cebolinha, atacante do Grêmio e da Seleção Brasileira, doou cinco toneladas de alimentos para Maracanaú, cidade que nasceu.
Já o goleiro Fernando Prass, do Ceará, preparou leilão de três camisas para ajudar famílias em situação de vulnerabilidade social. A atividade envolveu blusas do Palmeiras, Vasco e da Seleção Brasileira. No final, a arrecadação foi de R$ 20 mil.
O texto se esgota, mas a solidariedade transborda. O exemplo vem de muitos para um grupo ainda maior. É a união no isolamento social contra a Covid-19.
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