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sexta-feira, 8 de maio de 2020

FUTEBOL CEARENSE TRANSFORMA-SE EM EXEMPLO DE SOLIDARIEDADE.

Clubes, entidades e atletas se unem para ajudar famílias em situação de vulnerabilidade social durante pandemia do novo coronavírus. Há doação de máscaras, cestas básicas, além de campanhas para arrecadação de fundos

Fonte:
futebol cearense deu as mãos em prol do povo. No momento de incerteza, nada de rivalidade, apenas união. O produto é a resiliência dos funcionários, atletas e Estado. Nesta partida, o adversário é apenas um: o novo coronavírus. O exemplo é de solidariedade.
O "porquê" se explica no tempo, já são mais de 90 minutos. E segue dividido em dois, o antes e o pós-pandemia. A parada das competições significou o começo de outro cenário, da necessidade de auxílio. Por isso, CearáFerroviário Fortaleza ascenderam.
Na tradição centenária, assumiram protagonismo também fora dos gramados para se fazer presente. Viraram um norte na corrente do bem e do apoio, seja alvinegro, coral ou tricolor.
Assim, o Vovô, por exemplo, realizou a doação de duas mil máscaras personalizadas para o Hospital Sopai, especializado no atendimento infantil. A conta é possível pois o clube iniciou a produção do equipamento e acumula 5 mil solicitações para a fábrica.
A comercialização do produto e os royalties acumulados, com venda por delivery, serão revertidos na fabricação de mais máscaras destinadas à unidade hospitalar.
E vale ressaltar que, ao lado do rival Fortaleza, o time doou máscaras aos operários da construção do hospital de campanha, no Estádio Presidente Vargas (PV), com estrutura de atendimento para os contaminados pelo novo coronavírus.
Na tentativa de auxílio, o Alvinegro de Porangabuçu ainda criou a campanha "Vozão do Bem", em que torcedores podem doar dinheiro - a partir de R$ 20 - para um fundo de auxílio a moradores em situação de vulnerabilidade. O clube já fez, inclusive, a primeira entrega de donativos: duas toneladas de alimentos e também máscaras.
Nas redes sociais, sócios-torcedores do Alvinegro de Porangabuçu ganharam espaço para divulgação de microempresas durante a pandemia.


FCF fez doações a gandulas do Estado
Entrega de alimentos
A falta de partidas e a suspensão dos treinos fez a diretoria do Fortaleza distribuir todo o estoque de alimentos para o Lar Torres de Melo e o Hospital Sopai, ambos na Capital. Os produtos eram destinados, originalmente, a atletas e comissão técnica.
A estratégia também foi adotada pelo Ferroviário, mas com foco em moradores da Barra do Ceará, bairro onde se localiza a sede do time e que tem, até o momento, 121 casos confirmados e 20 mortes, sendo um dos locais mais preocupantes. Através da campanha "Patrocinador Solidário", o time conseguiu angariar cinco toneladas em cestas básicas.
O montante está sendo distribuído para famílias que realizaram um pré-cadastro com a equipe. As entregas ocorrem na própria Vila Olímpica Elzir Cabral.
Aos colaboradores, o principal auxílio foi a manutenção do quadro completo. Através de acordos individuais, da Medida Provisória 936 e da redução de parte do salário dos jogadores, Vovô, Leão e o Tubarão mantiveram o emprego dos funcionários mesmo diante do cenário de redução de receitas e corte de gastos.
A Federação Cearense de Futebol (FCF) também deu seu quinhão de ajuda ao distribuir cestas básicas com os gandulas, que estão sem trabalhar por causa da paralisação das partidas de futebol.
Everton Cebolinha mandou cestas básicas para famílias carentes de Maracanaú, sua terra

Doações do elenco
No crivo da desigualdade social, o futebol foi generoso com o próprio universo. Coube aos que tinham mais partilhar com os companheiros com menor ganho sem que houvesse interferência dos times que defendem.
Em março, no mês em que a pandemia teve início no Estado, parte dos atletas de Ceará e Fortaleza entregaram cestas básicas para 150 famílias de profissionais sem clube e ex-atletas. Nomes como Ricardinho, Marcelo Boeck, Luiz Otávio, Samuel Xavier e outros ídolos alvinegros e tricolores reunidos em empatia.
A iniciativa foi do Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Ceará (Safece), que distribui os alimentos entre a Capital, Barbalha, Crato, Juazeiro do Norte e Sobral. A entidade, inclusive, doa mantimentos de forma mensal para profissionais carentes.
A ação não foi a única. De forma isolada, o craque Everton Cebolinha, atacante do Grêmio e da Seleção Brasileira, doou cinco toneladas de alimentos para Maracanaú, cidade que nasceu.
Já o goleiro Fernando Prass, do Ceará, preparou leilão de três camisas para ajudar famílias em situação de vulnerabilidade social. A atividade envolveu blusas do Palmeiras, Vasco e da Seleção Brasileira. No final, a arrecadação foi de R$ 20 mil.
O texto se esgota, mas a solidariedade transborda. O exemplo vem de muitos para um grupo ainda maior. É a união no isolamento social contra a Covid-19.

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