De acordo com o Ministério Público, a causa da interdição foi o excesso de leitos.FONTE:CNEWS
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Em continuidade à fiscalização deflagrada após a tragédia no Centro de Treinamento do Flamengo, o Ministério Público do Ceará e o Corpo de Bombeiros realizaram, entre os dias 25 e 26, uma série de vistorias surpresa nas sedes dos clubes de futebol localizados na capital. Durante o trabalho, um dos alojamentos da sede administrativa do Ferroviário Atlético Clube foi interditado.
De acordo com o Ministério Público, a causa da interdição foi o excesso de leitos: no local deveriam dormir quatro atletas, mas havia 11 beliches duplas, o que totaliza 22 pessoas acomodadas no espaço. Além disso, as camas se encontravam em um cubículo considerado insalubre e sem rotas de fuga adequadas em caso de ocorrência de acidente.
Tanto o promotor de Justiça, auxiliado pelo técnico ministerial do Núcleo de Apoio Técnico (NATEC), Flávio Lúcio, quanto os bombeiros vistoriantes encontraram algum progresso em ações paliativas e imediatas; porém, eles constataram muito trabalho a ser feito para a execução e conclusão de todas as normas técnicas de segurança. Por não terem posse da Certificação de Conformidade do Corpo de Bombeiros, todos os clubes continuam irregulares, sendo que o projeto apresentado pelo Ceará Sporting Club já foi aprovado, inclusive com a canalização de água e hidrantes de parede, faltando finalizar a execução para haver a vistoria após o feriado de Carnaval.
Em relação ao Fortaleza Esporte Clube, o projeto foi protocolado no último dia 22 de fevereiro e deverá ser apreciado em até uma semana pelo Corpo de Bombeiros. Dentre melhorias apresentadas, os alojamentos das categorias de base foram equipados com grades móveis nas janelas e com saídas de emergência obedecendo ao fluxo de rota de fuga, em caso de incêndio. Depois de aprovado, o projeto entrará na fase de execução e, por fim, o CT será devidamente vistoriado.
Segundo a equipe técnica dos bombeiros, a condição mais insegura constatada nos CTs de base do Ceará Sporting Clube e do Instituto Fortaleza Esporte Clube (IFEC) e no Ferroviário Atlético Clube diz respeito à parte elétrica, pelo uso recorrente de extensões, multiplicadores de tomadas conhecidos como benjamins e réguas elétricas nos quartos, onde dormem os atletas residentes. O excesso de equipamentos eletroeletrônicos ligados a poucos pontos de energia estão sujeitos a uma sobrecarga, o que pode gerar um acidente por choque elétrico ou até mesmo um incêndio. No entanto, este tipo de mau uso de pontos elétricos não foi observado nos CTs dos clubes do Atlético Cearense, nem do Floresta Esporte Clube.
A visita rotineira aos alojamentos constatou pouca preocupação com acessibilidade pela falta ou insuficiência de rampas de acesso; ausência ou insuficiência de sinalizações e de placas fotoluminescentes e de saída de emergência; ausência de alarmes de incêndio, bem como de extintores de incêndio; ausência ou posicionamento equivocado de iluminação de emergência; instalações expostas, improvisadas ou provisórias de gás de cozinha; infiltrações ou rachaduras nas paredes dos quartos e banheiros; fios expostos em algumas dependências; portas corrediças ou colocadas de forma a impedir o fluxo numa possível situação de emergência; e número de atletas em dormitórios com rota de fuga aquém da capacidade.
Os Centros de Treinamentos mais precários são os dos clubes do Atlético Cearense e do Ferroviário, sendo que no Atlético as arquibancadas estão deterioradas com ferros expostos e enferrujados, bem como nos alambrados. Todas essas estruturas deverão ser demolidas em razão do risco de desabamento. No Ferroviário, havia ainda lixo exposto na fachada e em áreas internas da sede e escada de acesso sem proteção
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