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sexta-feira, 28 de setembro de 2018

DOAÇÃO DE ÓRGÃOS REGISTRA CRESCIMENTO DE 7% NO PAÍS.

Ministério da Saúde lança campanha para reduzir a resistência de famílias e incentivar o gesto de solidariedade

Fonte;DN/Nacional
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Maria Aparecida Aleixo, com a filha transplantada Ana Julia, contou sua história durante comemorações do Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos ( FOTO: AGBR )
Brasília. As doações de órgãos aumentaram 7% no País, a fila de pacientes aguardando transplantes caiu, mas o número de cirurgias permanece estável. Em junho havia 41.266 aguardando a operação, ante os 44.332 de 2017, segundo o Ministério da Saúde, que lançou nova campanha de incentivo à doação.
A queda na fila se dá sobretudo por causa do transplante de córnea. Em 2017, 13.920 pacientes aguardavam a cirurgia - bem menos do que os 10.256 inscritos na lista deste ano. Quando se analisam os dados de transplantes de órgãos sólidos (coração, fígado, pâncreas, pulmão, rim e o transplante associado de pâncreas e rim), no entanto, o que se vê é que o número de integrantes da fila subiu de 30.412 para 31.010 pacientes no período.
A redução na fila da córnea foi explicada pelo ministro em exercício, Adeilson Cavalcante. De acordo com ele, há uma progressiva redução da procura por esse tipo de cirurgia, uma vez que pacientes já vêm sendo atendidos. Isso se reflete, também, no número de operações realizadas. Em 2017, foram 7.989; neste ano, 7.513. Os dados de 2018, porém, ainda são preliminares.

Segundo a Pasta, o aumento nos transplantes de córnea nos últimos anos levou à redução a quase zero na fila de espera de estados como Amazonas, Ceará, Goiás, Pernambuco e Paraná.
Entre os transplantes que apresentaram aumento na fila está o de rim. Neste ano, há 27.741 aguardando o procedimento. Em 2016, eram 26.938.
Consentimento
O desafio é ampliar a taxa de consentimento familiar à doação de órgãos. Ao longo dos últimos anos, ela oscilou muito pouco. Em 2013, a taxa de autorização era de 55%. Neste ano, ela é de 58%. Para tentar reduzir a resistência que ainda é encontrada entre alguns familiares, o ministério lançou uma campanha nacional de incentivo à doação.
"Até eu adoecer nunca tinha passado pela minha cabeça que um dia iria precisar de um transplante", relatou Germanildo dos Santos Boris, 30, morador de Cruzeiro do Sul (AC). Em 2002, ele descobriu ser portador do vírus da hepatite B. Três anos depois, fez a cirurgia de fígado.
Em São Paulo, ele ficou hospedado em uma residência da Associação para Pesquisa e Assistência em Transplante (Apat), entidade criada por cirurgiões de transplantes que constataram a dificuldade de pacientes vindos de outras regiões de se manter em São Paulo. "Depois do transplante, tenho uma nova vida, ando para tudo que é canto".

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