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quarta-feira, 12 de setembro de 2018

ARMAZÉNS DO CEDRO EM QUIXADÁ PODEM RECEBER AÇÕES EDUCATIVAS.

O objetivo da instituição é utilizar o espaço dos dois galpões para atividades educativas e culturais

FONTE:DN/REGIONAL

O campus da UFC fica localizado a menos de um quilômetro de distância dos galpões ( FOTO: ALEX PIMENTEL )
 por Alex Pimentel - Colaborador
Quixadá. O restauro do conjunto arquitetônico do Açude Cedro, um parque histórico localizado em Quixadá, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1977 como patrimônio nacional, voltou a ser discutido em audiência pública promovida pelo juiz da 23ª Vara Federal, José Flávio Fonseca de Oliveira, acompanhado do juiz-auxiliar Ricardo José de Arruda. O procurador federal Francisco Alexandre de Paiva Forte também participou. Na sétima audiência, realizada ontem, a novidade ficou por conta da Universidade Federal do Ceará (UFC), que demonstrou interesse em transformar os armazéns no entorno da montante do primeiro reservatório hídrico dessa natureza construído no Brasil em um espaço interativo e lúdico.
O objetivo é utiliza-lo para atividades educativas e culturais. Com a mudança, as ações do Parque Tecnológico da UFC podem ser realizadas nos dois galpões. O campus da Universidade fica localizado a menos de um quilômetro.

Após reunião do reitor da UFC, Henry Campos, com o diretor-geral do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), Ângelo Guerra, a proposta foi apresentada pelos representantes da UFC, o diretor e a vice-diretora do Campus em Quixadá, Davi Romero e Andréia Libório, ao coletivo formado por representantes de instituições não governamentais e moradores permissionários da área pertencente ao órgão federal.
Apesar de a UFC, com o apoio de outro centro de formação superior instalado na área do Dnocs, o Instituto Federal do Ceará (IFCE), representado pelo diretor do Campus em Quixadá, Hélder Caldas, entender como interessante a utilização dos antigos armazéns de obra do açude para atividades educativas e culturais, abrigando também iniciativas de empreendedorismo a partir de startups, a proposta não agradou quem luta há anos pela restauração da edificação secular.
O presidente da Associação de Imprensa do Sertão Central (AISC), Wanderley Barbosa, foi enfático ao defender a proposta de transformação dos espaços pleiteados pela instituição educacional no Museu das Águas, onde deverão ser expostas a história e o acervo da época, incluindo máquinas utilizadas na construção da barragem. O valor do restauro estava avaliado em R$ 2,3 milhões. Todavia, o projeto não foi aprovado pelo Iphan.
Para ele e outros representantes da sociedade, com o restauro, o próprio museu pode se manter, através de cobrança de ingresso para apreciação do seu acervo, como ocorre nos melhores espaços dessa natureza espalhados pelo Brasil e pelo mundo. "Entendemos que a intenção da UFC e do IFCE é boa, mas não podemos desprezar a preservação da origem desse lugar e nem das suas ricas provas materiais", acrescentou Barbosa.
Sobre a proposta da UFC, o administrador do Dnocs não deu nenhuma definição na audiência. Justificou a necessidade de análise da sua equipe técnica. Ele enfatizou haver empenho em atender às demandas exigidas pela Justiça; todavia, muitas deliberações não dependem apenas do Departamento. O cronograma estabelecido para o plano de recuperação está sendo cumprido, ressaltou.
Pela primeira vez, através de videoconferência, a procuradoria do Governo do Estado participou do embate acerca das deliberações de preservação do patrimônio federal. O magistrado e procurador federais explicaram o motivo do convite. Estão analisando a possibilidade de, além da União, o Estado e o Município responderem administrativamente pelo abandono do complexo, arquitetônico, histórico e ambiental.
Abandono continua
Quase um ano e meio após o MPF ingressar com a Ação Civil Pública contra o Dnocs, a fim de que o órgão federal adote medidas para implementar reformas, manutenções e ações de conservação do acervo material do Açude Cedro, pouca coisa mudou. Além da retirada de uma barra de ferro para o acesso de cadeirantes à passarela da barragem, e mais vigilância no local, nada mais foi feito. Pilaretes da barragem continuam quebrados desde abril do ano passado. As pichações aumentaram.
Cronograma
Na audiência realizada no dia 10 de maio, o magistrado federal havia estabelecido prazo de 160 dias para o Dnocs apresentar o cronograma do projeto de restauro. O plano foi exibido, com possibilidade do início dos serviços em 2020. O projeto foi mostrado pelo arquiteto Romeu Duarte, ex-superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Ceará.
No ano de 2001, portanto, há 17 anos, foi celebrado convênio entre o Município de Quixadá e o Dnocs, estabelecido pelo período de 15 anos, com o objetivo de requalificação da área, para fins de implantação de um complexo turístico, associado a atividades culturais, ecológicas e de preservação. O Convênio expirou e, de concreto, apenas o restauro da via de acesso do início do parque à sua área administrativa foi concretizado.

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