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sábado, 22 de abril de 2017

DOR DE OUVIDO.

A presença de fluído dentro do canal auditivo devido uma gripe mal curada ou otite externa está entre os problemas causados por infecções no ouvido, mais frequentes no período da quadra chuvosa

FONTE:DN/VIDA
Dor no ouvido
Costuma ser raro encontrar alguém que não tenha sofrido com dor de ouvido ao menos uma vez na vida. Em alguns casos, os sintomas somem com "soluções caseiras", mesmo que o recomendado seja sempre buscar atendimento médico.
Uma das complicações frequentes é a otite, processo inflamatório que afeta o canal auditivo. "Quase 100% dos casos resultam de uma sinusite ou uma 'gripe mal curada', que evoluem por dez dias ou mais. O indivíduo tem muita secreção dentro da fossa nasal e da faringe, que por meio da tuba auditiva ou 'trompa de Eustáquio', chega ao ouvido médio, causando dor intensa", explica o chefe do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Walter Cantídio (HWC), da Universidade Federal do Ceará (UFC), Dr. André Alencar.
Em cidades litorâneas e de clima quente como a nossa, a otite ocorre ao longo de todo o ano e tende a piorar agora, durante a quadra chuvosa. Mais de 70% das infecções auriculares são por exposição à água, que empurra a cera pelo canal auditivo. Se a água estiver contaminada é ainda pior, pois ela tira a proteção natural que é a membrana do tímpano.
Cerume é proteção
Os banhos de imersão (em piscinas, mares e lagos) podem aumentar a sensação de desconforto na região auditiva. Isso depende de alguns fatores, entre eles a quantidade de cera no ouvido.

"Todos temos cera, uns mais, outros um pouco menos. Quando entra água no ouvido, e se ele estiver cheio de cera, você terá a sensação de ouvido tapado, uma das causas desse desconforto, mesmo que, necessariamente, não haja uma infecção", pontua o cirurgião de cabeça e pescoço André Alencar.
O cerume (a popular cera de ouvido) é uma camada natural e protetora, que se estiver em excesso, a penetração da água pode aumentar o seu volume e causar uma redução temporária de audição, que deve perdurar até que a substância seja removida.
Se a água for doce, o abafamento e a dor serão mais intensos, pois são nos rios e lagoas que as bactérias se proliferam. Pseudomonas sp é o micro-organismo relacionado à otite.
Embora a natação seja uma das mais completas e recomendadas atividades físicas para a saúde, pois ajuda no relaxamento e fortalecimento muscular, seus praticantes sofrem com otites, nesse caso conhecido como "ouvido de nadador".
Segundo Dr. André Alencar, o problema ocorre mais em águas frias. "Os nadadores desenvolvem o espessamento do conduto auditivo externo, com a redução do diâmetro. Alguns deles formam ainda tumores de cartilagem chamados condromas ou osteomas", pontua.
Ser nadador em clima tropical está mais sujeito a alergias ou traumas de pele. Nesses casos, quando a água entra no ouvido e inflama-o, entre os cuidados está o uso de tampões(além do tratamento médico em si).
Álcool com cuidado
A maior parte dos nadadores está habituado a pingar álcool no ouvido para desobstruí-lo. A solução com 2% de ácido acético também é usada por não-atletas com frequência, mas, a exemplo dos nadadores profissionais, devem ser observados cuidados.
"O álcool não traz problema, a não ser que haja uma perfuração da membrana timpânica, o que pode causar dor intensa", recomenda o professor da disciplina de otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da UFC, Dr. Marcos Rabelo de Freitas.
Canetas, grampos, cotonetes ou quaisquer outros objetos não devem ser inseridos no ouvido para limpá-lo. O correto é restringir a higiene à orelha e à entrada do ouvido com a toalha após o banho. A remoção do excesso de cerume deve ser feita somente por um otorrinolaringologista.
Fique por dentro
Fones de ouvido e tampões
Em presença de água no ouvido, os médicos indicam o uso de álcool para a secagem. O incômodo é solucionado porque a água em excesso mistura com o álcool e evapora rapidamente.
No entanto, Dr. André Alencar tem uma ressalva: esse procedimento, de certa forma, caseiro, só é possível se o indivíduo tem certeza absoluta de que não possui nenhuma perfuração no tímpano. Com a região timpânica íntegra, a utilização do álcool é liberada.
"Você pinga o álcool e deixa a cabeça virada para o lado. Por exemplo: se pingar o líquido na orelha esquerda, deixe a cabeça voltada para a direita durante alguns minutos. Depois, volte bruscamente para a posição anterior para que ocorra a saída da água em excesso", ensina o médico. É contraindicado o uso de álcool no caso de algum problema crônico na orelha média ou de indivíduos com secreção constante. O correto é procurar um otorrinolaringologista, que fará uma aspiração (no local) e indicará a medicação necessária.
O uso de tampões e fones de ouvido também deve ser feito com ressalvas. No caso dos primeiros, a procura é mais específica e, desde que recomendada por um especialista, não há contraindicação. O som diretamente nos ouvidos, quando em altura moderada, não requer maior preocupação.
O risco maior é quanto a utilização por um período prolongado e em grandes intensidades, o que pode provocar perdas auditivas irreversíveis ao longo do tempo. "Da mesma forma, é preciso evitar compartilhar fones de ouvido pelo risco de transmitir infecções", destaca cirurgião de cabeça e pescoço André Alencar.

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