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quinta-feira, 6 de abril de 2017

CIENTISTAS DESCOBREM NOVO VÍRUS GIGANTE NA ÁUSTRIA.

Por G1

Chamados de 'klosneuvirus', eles agora fazem parte da família de 'mimivirus'; pessoas não são infectadas por esses novos micro-organismos.

Ilustração mostra como vírus gigante adquire genes de céulas hospedeiras. (Foto: Ella Maru studio/AAAS/Eurekalert)
Pesquisadores relataram evidências de um novo vírus gigante encontrado em uma estação de tratamento de esgoto em Klosterneuburg, no leste da Áustria. É da região onde foram descobertos que vem a inspiração para o novo nome: klosneuvirus. A pesquisa foi publicada pela revista "Science" nesta quinta-feira (6).
A maioria dos vírus são muito menores que nossas células e precisam de poucos genes -- eles se replicam e usam o material genético de seus hospedeiros. De acordo com a "Science", alguns vírus encontrados em aves e suínos chegam a ter apenas dois genes.
Um primeiro estudo, também publicado pela "Science" em 2003, passou a desafiar essa característica dos vírus. O artigo mostrou a nova família "mimivírus", maior que outros micro-organismos, como algumas bactérias, e que pode transportar mais de 2,5 mil genes. Na época, alguns cientistas passaram a questionar a árvore da vida e defender que os vírus gigantes poderiam ser um quarto domínio da vida -- além do Eubacteria, Archaea e Eukaria.
De acordo com a "Science", os klosneuvirus se destacam porque os seus genomas são mais semelhantes aos das células do que qualquer outro tipo de vírus. As células, por exemplo, conseguem juntar proteínas de 20 tipos de aminoácidos, com uma enzima para cada ação. Outros vírus gigantes descobertos desde 2003 conseguem genes para sete variedades de enzimas; os klosneuvirus têm genes para todos os 20 tipos.
Estação de tratamento de esgoto onde o supervírus foi encontrado (Foto: Marton Palatinszky/Divulgação)

A nova descoberta na Áustria acabou sendo uma surpresa para Frederik Schulz, pós-doutor do Instituto Unificado do Genoma, parte do Departamento da Energia de Walnut Creek, na Califórnia. Ele e os colegas não estavam investigando a possibilidade desse quarto domínio quando se uniram a cientistas austríacos para analisar micróbios em Klosterneuburg.
Com a ajuda de uma método de sequenciamento genético, eles identificaram o DNA dos microrganismos. As sequências dos vírus continuavam aparecendo e reaparecendo. A equipe reuniu alguns desses fragmentos de DNA viral e concluiu que eles pertenciam a um novo vírus gigante - eles reuniram três tipos genômicos dos klosneuvirus, agora incluídos na família dos mimivírus.
Com a chance de debater se esse supervírus seria um quarto domínio, Schulz e seus colegas passaram a analisar a pesquisa com outro viés. "Nós pensamos: 'Uau! Isso pode ser uma comprovação para essa ideia", disse.
O grupo de cientistas fez uma parceria com um laboratório e comparou as sequências genéticas com outros tipos de vírus e organismos. A análise indicou que esses supervírus passaram a ser gigantes por ter se "alimentado" dos genes de seus diferentes hospedeiros. "Não há evidências de um novo quarto domínio de vida, e este artigo confima isso", disse Curtis Suttle, virologista da Universidade da Colúmbia Britânica, em Vancouver, no Canadá.
Outros pesquisadores, no entanto, disseram à "Science" que essa metodologia usada é uma base instável para conclusões evolucionárias. "Estou esperando para ver um verdadeiro vírus desses junto ao seu hospedeiro dentro de um tubo de ensaio antes de acreditar em qualquer interpretação evolutiva", disse o geneticista Jean-Michel Claverie, da Universidade de Aix-Marseille.

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