A fim de obedecer uma das exigências da CBF, clubes cearenses investem em times de futebol feminino
FONTE:JOGADA
No dia em que se comemora o dia Internacional da Mulher, o Diário do Nordeste fez um levantamento com os clubes da Capital sobre a situação da categoria feminina dentro das instituições. Os tradicionais clubes começam, mesmo que de forma tardia, abraçar o projeto feminino e dar mais oportunidades para a categoria crescer e revelar talentos locais.
O Ceará Sporting Club, que ainda não havia ativado a categoria, corre contra o tempo para levar a campo sua equipe a partir do segundo semestre de 2017, quando se inicia o Cearense.
Embora esteja na Série B do Brasileirão, e tal obrigatoriedade só passe a valer a partir de 2019 para clubes dessa divisão, o Alvinegro de Porangabuçu pretende atender as exigências do Regulamento de Licenciamento de Clubes da CBF a partir desse ano. Para Raimundo Pinheiro, 1º vice-presidente do Ceará, a situação deve ser logo sanada.
"Devido as exigências da Lei do Profut e Licenciamento de Clubes, o Ceará terá seu time de futebol feminino a partir do segundo semestre de 2017. Como o clube pensa em subir para a primeira divisão do futebol brasileiro, já se programa para obedecer o estipulado no licenciamento de clubes como os demais participantes da Série A 2018 - que é o obrigatório. Já para aqueles que disputarem a segunda divisão nacional, essa obrigatoriedade só passa a valer a partir de 2019", explicou Pinheiro.
Sequência no trabalho
Enquanto isso, o Fortaleza Esporte Clube, dando sequência aos trabalhos na modalidade e captar novas jogadoras para o elenco, realizará uma "peneirada" marcada para o próximo dia 15.
"Temos um prazo até dia 10 deste mês para inscrever o time. Vamos treinar no CT às terças, quintas e sábado. Por enquanto, estamos nas tratativas finais com o presidente", destacou José Erimar, do departamento de futebol feminino do Fortaleza.
Visando recuperar tempos áureos no futebol feminino, o Ferroviário Atlético Clube tem observado atentamente essa questão. Quem garante é Hugo Palma, diretor de Marketing e Comunicação do Tubarão da Barra.
"Posso dizer que o Ferroviário está negociando convênios para escolas de futebol de natureza social. Nossa ideia é captar os melhores talentos para voltar a fazer do Ferroviário uma força no futebol jovem e no futebol feminino", disse.
Faltam meninas
Ele ainda fala sobre as dificuldades de montar uma equipe totalmente formada por meninas. "Nas escolas de futebol do Ferroviário não temos turmas só de garotas porque não temos quantidade para isso. Então incluímos a garotas nas turmas dos rapazes", disse Palma. No cenário atual, além da escassez de recursos, a falta de incentivo interno ainda é algo bastante evidenciado.
"Hoje, o cenário também está sofrendo uma mudança positiva por causa das Areninhas. Já tem vários projetos femininos, mas eles sofrem muito com falta de recursos", lamentou.
Exemplo disse é a maior vencedora cearense. A equipe do Caucaia, que levantou o título seis vezes, apresenta inúmeras dificuldades financeiras e foi eliminada na primeira fase tanto da Copa do Brasil de Futebol Feminino bem como do Campeonato Brasileiro Feminino.
Projeto que deu certo
Já o Menina Olímpica, equipe que se sagrou campeã do Campeonato Cearense 2016, atualmente comandada pelo técnico Luciano Martins, está em fase de formação do time Sub-20, que vai disputar o Campeonato Cearense. Há um trabalho fortemente realizado desde a captação de jogadoras, passando por sua formação nas divisões inferiores. O time se apresenta como um modelo a ser seguido em nível estadual. (Por Paulo Ayrton)
Saiba mais
A partir de 2019, os clubes de futebol do Brasil que não tiverem um time feminino disputando competições nacionais estarão proibidos de disputar a Copa Libertadores. Esta é uma das principais exigências do regulamento de licenciamento de clubes da CBF, que foi apresentado.
Dos vinte clubes que vão disputar a Série A em 2017, só sete têm times femininos. O licenciamento é um conjunto de requisitos que deverão ser cumpridos pelos clubes interessados em participar de competições da CBF, da Conmebol e da Fifa.
Para clubes da Série B, como é o caso Ceará, a medida vale também para 2019.
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