Da creche ao ensino médio, Estado registra aumento das matrículas com jornada estendida, de acordo com Censo Escolar da Educação Básica de 2019; Educação de Jovens e Adultos tem 4 mil estudantes a menos
Por Theyse Viana , theyse.viana@svm.com.br/Metror
No ensino fundamental, o dado que se destaca no Censo Escolar é a queda do número de alunos cursando apenas um turno, o tempo parcial, à medida em que o tempo integral amplia as matrículasFOTO: JOSÉ LEOMAR
A década se encerra confirmando uma informação positiva para o Ceará: a educação pública tem caminhado a passos cada vez mais firmes. A confirmação parte dos números do Censo Escolar da Educação Básica de 2019, divulgado nesta segunda-feira (30) pelo Ministério da Educação (MEC). Em relação a 2018, o Estado ampliou o número de estudantes matriculados em tempo integral em todos os níveis de ensino. Na Educação de Jovens e Adultos (EJA), porém, houve queda de mais de 4 mil matrículas em um ano.
A ampliação do acesso à creche em tempo integral, apesar do avanço, foi tímida: ano passado, foram registradas 31.672 matrículas em todo o Estado, número que chegou a 34.075 em 2019 (7,6% a mais). Recortando apenas Fortaleza, também houve aumento: de 14.721 para 15.935 crianças matriculadas (+ 8,2%).
A quantidade de pequenos cearenses estudando na pré-escola, tanto parcial como integral, também registrou crescimento: em 2018, eram 156.437 nas salas de aula em um turno; neste ano, 162.951. Já em Fortaleza, o número de matriculados na pré-escola parcial aumentou de 25.196, no ano passado, para 27.127 em 2019; na integral, eram 167 em 2018, ampliando para 276 neste ano.
No ensino fundamental, o dado que se destaca no Censo Escolar é a queda do número de alunos cursando apenas um turno, o tempo parcial, à medida em que o tempo integral amplia as matrículas. Nas redes municipais de todo o Ceará, foram 695.633 estudantes em tempo parcial, ano passado, reduzindo para 540.802, neste ano. Já na jornada estendida, o número cresceu de 211.456 para 345.279 em um ano. Em Fortaleza, as matrículas em turmas parciais diminuíram de 111.925 para 95.485; nas integrais, saltaram de 51.810, ano passado, para 68.552, em 2019.
A tendência se mantém no ensino médio: enquanto o tempo parcial caiu de 248.383 para 229.644 matrículas, o integral teve ampliação de 75.241 para 86.418 estudantes matriculados em um ano, conforme os dados do Censo.
EJA
Na faixa etária de jovens e adultos, contudo, a educação estanca – e regride. No Ceará, os níveis fundamental e médio da EJA perderam juntos 4.442 matrículas de 2018 para 2019. Do total, foram registrados 983 estudantes a menos na Capital. Nos resultados preliminares do Censo, divulgados pelo MEC em outubro deste ano, o déficit em Fortaleza era ainda maior, com 2.467 matrículas a menos que em 2018.
A EJA é uma modalidade de ensino prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e destinada a jovens e adultos que não deram continuidade aos estudos e também aqueles que não tiveram o acesso ao Ensino Fundamental e/ou Médio na idade apropriada. Essa modalidade destina-se a pessoas que, a partir dos 15 anos, não tenham concluído ainda o Ensino Fundamental e também para aquelas que, a partir dos 18, não tenham finalizado o Ensino Médio.
Segundo destaca a coordenadora de Avaliação e Desenvolvimento Escolar para Resultados de Aprendizagem da Secretaria da Educação do Ceará (Seduc), Kelem Freitas, o aumento de matrículas na rede integral é reflexo da política de investimento do governo estadual nessa modalidade de ensino. "Nós tivemos um aumento da nossa rede de oferta. Saímos de 111 escolas em 2018 para 130 em 2019 e ainda vamos ter uma conversão de mais 25 para 2020", anuncia.
Por outro lado. a redução nos números da EJA, conforme acrescenta, não significa uma redução na oferta, estando relacionado ao trabalho de qualificação realizado entre os estudantes, que os mantém na idade certa, além das políticas de redução dos índices de abandono e evasão escolar.
"Nós tivemos em 2018, para 2019, o aumento do número de estudantes na idade de 18 e 24 que conseguiram concluir o Ensino Médio. Então, se temos mais jovens conseguindo concluir na idade certa consequentemente vamos ter a diminuição na EJA.
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