Nos últimos 3 meses, membros da equipe do Projeto Manatí observaram crescente número de botos-cinza encalhados mortos ao longo da costa cearense. De agosto até outubro deste ano, 22 animais foram registrados com a ajuda de populares que informaram as ocorrências.
O boto-cinza é a espécie de mamífero marinho que encalha com maior frequência no Ceará. A maioria dos casos é decorrente da captura acidental por redes de pescadores que atuam próximos aos locais onde os animais costumam ocorrer.
No entanto, nos animais encalhados no último período, não se tem observado marcas de redes de pesca ou mutilações nas carcaças. A maioria já foi encontrada em grau de decomposição avançada, o que dificulta a avaliação dos fatores que levaram à morte, porém foi possível observar atípica perda de peso nesses golfinhos.
O número de encalhes está acima da média observada nos últimos 10 anos na mesma época do ano. Os registros também aumentaram no litoral da região metropolitana de Fortaleza e no litoral oeste quando comparados com dados pretéritos. Um dos casos aconteceu no espigão da Av. João Cordeiro, na Praia de Iracema, no dia 21 de setembro deste ano.
A Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis), que desenvolve o Projeto Manatí com o patrocínio do Programa Petrobras Socioambiental, tem recolhido amostras de tecidos das carcaças a fim de diagnosticar possível infecção viral, que é a principal suspeita da causa da morte de alguns animais que puderam ser necropsiados. A mortalidade atípica dos botos-cinza no Ceará pode ser um indicador de alerta, visto que uma contaminação por vírus pode ameaçar as populações de botos-cinza e outros golfinhos.
A Aquasis, por meio de nota, recomendou que, ao encontrar mamíferos marinhos, sejam eles botos, baleias, golfinhos e peixes-bois, vivos ou mortos, a população entre em contato com a Equipe de Resgate 24 horas do Projeto Manatí, pelos telefones (85) 3113-2137 / 9 9800-0109 ou, para mais informações, no site oficial, clicando aqui.
Redação O POVO Online
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