Equipamento é fruto de investimentos da Angola Cables, que está construindo um data center em Fortaleza
FONTE:DN/NEGÓCIOS
por Bruno Cabral - Repórter
Com 60% das obras concluídas, o data center que Angola Cables está construindo na Praia do Futuro deverá iniciar suas operações até o fim deste ano. E o cabo submarino Sacs (South Atlantic Cable System), que conecta Luanda, em Angola, à Capital cearense, deve começar a funcionar ainda neste mês, segundo informou a empresa angolana.
Apesar de Fortaleza já contar com outros cabos submarinos, que ligam o Brasil aos Estados Unidos e à Europa, os investimentos realizados pela Angola Cables deverão tornar a Capital um grande centro de conexões (hub) em telecomunicações na América Latina.
A expectativa é que, nos próximos anos, mais empresas passem a utilizar o Ceará como um ponto de ancoragem de cabos submarinos, fomentando o desenvolvendo toda a cadeia do setor. Para Artur Mendes, diretor comercial e de marketing da Angola Cables, a tendência no médio e longo prazo é que mais empresas do setor de telecom passem a investir no Ceará, sobretudo com a nova rota que liga Fortaleza a Angola.
Hub tecnológico
"Com o desenvolvimento de determinadas infraestruturas, apostas em determinadas empresas e em rotas, nós vemos outros players fazendo o mesmo, querendo utilizar o Estado do Ceará como ponto de ancoragem", diz Artur Mendes.
"Eu acredito que, em conjunto, precisamos todos contribuir para efetivamente consolidar esse hub tecnológico". Hoje, a Angola Cables já opera o cabo Monet, projetado juntamente com o Google, Antel e Algar Telecom, conectando as cidades de Santos (SP), Fortaleza e Miami (EUA).
Ecossistema
Com os cabos e o data center, Mendes enfatiza que o objetivo da Angola Cables no Estado é criar um ecossistema de telecomunicações, aproveitando a posição geográfica privilegiada da Capital. "A aposta da Angola Cables não é apenas contribuir com a chegada dos dois novos cabos submarinos, mas ajudar na construção desse hub de telecomunicações", diz.
"E, para nós, o cabo Sacs é bastante diferenciado, porque cria uma rota completamente nova que passa a permitir ligar o Brasil à África. Uma rota alternativa para poder chegar à Europa sem passar pelos Estados Unidos", afirma.
Para Artur Mendes, o data center deve se tornar nos próximos anos um "grande ponto agregador" em torno do qual deverão se fixar empresas de telecomunicação.
"Os data center costumam ter um impacto muito positivo, sendo um ponto onde as empresas podem guardar ou trocar suas informações entre si. E isso leva a geração de novas empresas, o desenvolvimento de empresas de telecomunicações, de aplicações, ou de softwares, é o que ajuda a criar esse ecossistema", diz o diretor comercial e de marketing da Angola Cables.
Investimento de US$ 300 mi
A médio e longo prazo, Mendes classificou como "bastante positiva" a expectativa da Angola Cables no Ceará. Ao todo, os investimentos da empresa no Estado são estimados em mais de US$ 300 milhões.
"O investimento foi grande, e a perspectiva da empresa é que precisamos ter um impacto muito positivo no desenvolvimento no setor das telecomunicações do Ceará e do Nordeste, ajudando esse setor a aumentar a sua contribuição no peso da economia local. E, desta forma, conseguir capitalizar, e ter o retorno do investimento que estamos a fazer", afirma.
Novos investimentos
Sobre a possível entrada da Angola Cables no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), a empresa informou que as conversas seguem em andamento, mas que ainda não há um tamanho definido do novo projeto. "A ideia é que sejam ofertados serviços de internet e conectividade", disse em nota. Em fevereiro, o grupo assinou memorando de entendimento com o Governo do Estado para avaliar a possibilidade de ampliar os investimentos e colocar um braço do Data Center da Praia do Futuro funcionando no Pecém.
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