Segundo a Seapa, estão sendo investidos R$ 2 milhões para introdução de novas tecnologias nessa cultura
FONTE:DN/REGIONAL
por Alex Pimentel - Colaborador
O cultivo do algodão está retornando com força no Ceará. Após um longo período sem plantio, este ano, a colheita deve chegar a um milhão de quilos. Esta cultura agrícola estava praticamente sumida no Estado. No início da década de 1970, sua produção se aproximava das 380 mil toneladas, em caroço. A área plantada era de 1,2 milhão de hectares. Agora, produtores e usineiros voltaram a se animar com a cotonicultura. A revitalização está sendo promovida através do programa de modernização realizado pela Secretaria de Agricultura, Pesca e Aquicultura (Seapa), do Governo do Estado.
Segundo o secretário Euvaldo Bringel, titular da Seapa, estão sendo investidos R$ 2 milhões para introdução de novas tecnologias nessa cultura. O montante está sendo aportado em uma experiência piloto com assistência técnica exclusiva e intensiva. Serão atendidos ao todo 600 produtores de Quixeramobim, Quixadá e Senador Pompeu, municípios do Sertão Central que estão envolvidos na Fase I do Programa. "A ideia é dar todas as condições necessárias para que possamos estimular a alta produtividade do algodão".
O Programa, criado com o auxílio de muitas mãos, prevê a capacitação de técnicos e produtores em novas tecnologias de produção de algodão herbáceo; capacitação de técnicos e produtores com foco na gestão de propriedade rural; seleção de áreas e produtores para instalação de Unidades Técnicas Demonstrativas (UTD's); realização de visitas técnicas e encontros com produtores; estímulo à expansão da área plantada; introdução de máquinas colheitadeiras de pequeno porte em substituição à colheita manual e criação da Câmara Setorial do Algodão. A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Sindicato das Indústrias da Extração de Fibras Vegetais e do Descaroçamento do Algodão do Estado do Ceará (Sindialgodão) são os parceiros desse novo modelo. Seus representantes participaram da apresentação do Programa em Quixeramobim.
O agropecuarista e industrial Airton Carneiro, de Quixeramobim, é um dos mais entusiasmados com a proposta. Com o novo modelo de cultivo, a Usina Carneiro, nesta cidade, deverá despontar novamente como a maior beneficiadora de plumas do Estado. O início do beneficiamento está programado para a segunda quinzena deste mês. As maquinas já estão prontas. Ele está recebendo a produção da região, incluindo Senador Pompeu e Mombaça. Os armazéns da fábrica estão começando a lotar de plumas, consideradas as melhores do mundo, pela cor, resistência e maior cumprimento da fibra.
Foi ele quem apresentou a planilha de custos ao grupo de participantes da cadeia produtiva da cotonicultura, no encontro com o secretário da Seapa. De acordo com os cálculos, as despesas, do plantio as armadilhas para o bicudo, principal praga, somam R$ 1.970,00 por hectares. Antes, chegavam a R$ 3.630,00. Com a arroba comercializa a R$ 33,00, o lucro líquido estimado é de R$ 5.150,00. Atendendo às orientações técnicas, incluindo a aplicação do "vazio sanitário", o algodão vai beneficiar a todos.
Estimativa
O presidente do Sindalgodão, Marcos Silva Montenegro, apontou a estimativa da colheita experimental deste ano, de uma tonelada, somente na agricultura familiar. Com a utilização das sementes melhoradas, especialmente tratadas para resistirem aos efeitos dos herbicidas e inseticidas, o trabalho se torna mais fácil. Quanto ao bicudo, após a colheita, é preciso arrancar os algodoeiros e enterrá-los, para evitar a proliferação do predador natural.
Para aplicar esse novo método de defeso, os pequenos produtores receberão R$ 200,00 pela mão de obra, por hectare. O incentivo deverá ser associado a uma exigência disciplinar. Além dessa proposta, está sendo avaliada a possibilidade de os pronafianos terem a última parcela de empréstimos para essa atividade bloqueada se não cumprirem a orientação técnicas do programa de modernização, completou Euvaldo Bringel.
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