Mary Halton
Cientistas descobriram a existência de complexas moléculas baseadas em carbono nas águas de Enceladus, uma lua de Saturno.
Até agora, tais moléculas só haviam sido encontradas na Terra e em alguns meteoritos.
Acredita-se que elas tenham sido formadas por reações entre a água e rochas mornas em um oceano subterrâneo de Enceladus.
Embora isso não seja um sinal de existência de vida, indica que a lua de Saturno pode ser capaz de abrigar organismos que já existam.
A descoberta foi feita pela análise de dados coletados pela sonda Cassini.
Precursoras necessárias para a vida
"Essas enormes moléculas contêm uma complexa rede geralmente constituída por centenas de átomos", diz o autor do estudo, Frank Postberg.
"Trata-se da primeira detecção da história de organismos dessa complexidade em um ambiente aquático extraterrestre."
Na Terra, tais moléculas geralmente são criadas biologicamente, mas esse pode não ser o caso em Saturno.
"Elas (moléculas) são precursoras necessárias para a vida", explica Postberg. Mas, no que diz respeito à descoberta em Enceladus, "até o momento não sabemos se esses organismos são irrelevantes biologicamente ou se são sinais de vida ou de química prebiótica".
Para que exista vida, é necessário haver água líquida, energia, matéria orgânica (compostos de carbono) e um grupo particular de elementos (hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, fósforo e enxofre).
O fósforo e o enxofre jamais foram encontrados em Enceladus, mas os demais ingredientes estão presentes ali.
Próximos passos
A Cassini nunca foi projetada para detectar vida - na verdade, a missão espacial foi lançada antes mesmo que os cientistas soubessem a respeito das peculiares fontes de água emergindo do polo sul da Enceladus.
A sonda desintegrou-se em 2017, após passar 13 anos explorando Saturno - e tendo documentado, em 2005, a existência de gêiseres de água congelada ali.
Um detalhe importante é que já existe na Terra uma tecnologia capaz de distinguir se as moléculas encontradas em Saturno têm origem biológica.
"O próximo passo lógico", diz Postberg, "é voltar em breve à Enceladus para descobrir se há vida extraterrestre ali."
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