A Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos estuda a implantação do serviço na cidade
Fonte:DN/Cidade
Pedalar para muitos ciclistas está ligado a prática de exercício físico, mas parte da população vem aderindo o uso das bicicletas como meio de transporte. A bicicleta elétrica é um dos modelos com maior conforto e agilidade para quem pensa em deixar o carro ou a moto em casa. Com o intuito de estimular o acesso e incentivar o desenvolvimento de políticas públicas para o uso dos equipamentos, a Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike) elaborou um documento com aspectos legais e conceituais a serem aplicados nas cidades. A Prefeitura de Fortaleza, por sua vez, estuda a implantação do serviço na cidade.
Sob o sol da Capital cearense, a servidora pública federal Rafaela Feitosa, 30, pedala todos os dias do bairro Meireles, nas proximidades da Praça das Flores, até o prédio da Receita Federal na Rua Barão de Aracati. Há dois anos morando em Fortaleza, ela deixou o carro após um amigo apresentar uma bicicleta elétrica. "Sou cercada por ciclovias e ciclofaixas por onde moro. No início, fazia o trajeto nos fins de semana para perder o medo. Dois anos atrás, morava no município de Redenção. Lá, era um pouco mais difícil. Como faço trajetos curtos em Fortaleza tenho mais ganhos andando de bike do que de carro".
A Aliança Bike destaca no documento que as bicicletas elétricas são um fenômeno recente na história da mobilidade urbana e que, desta maneira, revela janelas de oportunidades para muitas frentes de atuação - seja para a incidência política, para a cadeia produtiva da bicicleta, para o desenvolvimento de políticas públicas e mesmo para pesquisadores. Países da Europa são os principais locais pontuados no estudo. Outro levantamento citado é a ausência de dados sobre consumos das bikes.
Características
As principais características das bicicletas elétricas, no Brasil, estão incorporadas no texto da Resolução 465 de 2013 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que equipara as bicicletas dotadas de motor elétrico auxiliar às bicicletas a propulsão humana. No entanto, a potência nominal máxima deve ser de até 350 Watts, tenha velocidade máxima de 25 km/h, dotadas de sistema que garanta o funcionamento do motor somente quando o condutor pedalar e não dispor de acelerador ou de qualquer outro dispositivo de variação manual de potência. Uma recente pesquisa de caracterização do comércio varejista do Brasil, realizada pela Aliança Bike e pelo Laboratório de Mobilidade Sustentável da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), revelou que mais de 15% das bicicletarias e bike shops, no Brasil, já atuam com o segmento de bicicletas elétricas em lojas, tendência que deve crescer rapidamente nos próximos anos.
Modelos
O empresário Tarcísio Lima é dos poucos donos de bicicletaria que vendem modelos elétricos em Fortaleza. Ele conta que o desconhecimento do tipo de bicicleta e o preço são as principais dificuldades relatadas por novos ciclistas. "A necessidade de locomoção rápida é o principal motivo da aquisição. A questão é que a bicicleta elétrica consegue substituir o automóvel. Não é para fazer exercício. É mais rápida. Enquanto um veículo atinge a velocidade de 9 km nas avenidas, o equipamento elétrico chega a 25 km. Como também existem faixas exclusivas tudo se torna mais rápida mesmo em horários de picos", explica. Na loja de Tarcísio é possível encontrar bicicletas de R$3 a R$7 mil.
Na avaliação do professor Flávio Cunto, do Grupo de Pesquisa em Transporte, Trânsito e Meio Ambiente (Gttema) do Departamento de Engenharia de Transportes da Universidade Federal do Ceará (UFC), o cenário da malha cicloviária de Fortaleza é positivo para o tráfego das bicicletas elétricas. "Estudos acadêmicos apontam que a distância máxima consideradas para ir de bicicleta é entre 5 a 7 km. Essas distâncias, em Fortaleza, não são tão comuns. A bicicleta elétrica abriria portas para novos usuários, o que reduziria o número de veículos nas ruas".
Estudos
A Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (SCSP), informou que a utilização das bicicletas elétricas no sistema de mobilidade urbana é inevitável, dado o caráter inclusivo e potencializador da ciclomobilidade, principalmente para idosos e mães. "O Município, em parceria com a Universidade de Fortaleza (Unifor), empreende atualmente um estudo de mobilidade elétrica, incluindo a análise de expansão da mobilidade por veículos elétricos, bem como por bicicletas elétricas. Observando as tendências da ciclomobilidade por bicicleta, a gestão municipal tem também estudado a viabilidade de um piloto de bicicletas elétricas na cidade, como forma de entender as potencialidades desse tipo de veículo no transporte por bicicleta de Fortaleza", declarou a Prefeitura de Fortaleza.
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