O pontífice já havia apelado ao "respeito" pelas resoluções adotadas pelas Nações Unidas sobre o tema
Cidade do Vaticano. O papa Francisco pediu ontem "paz para Jerusalém e toda a Terra Santa" e rezar para alcançar "uma solução negociada que permita a coexistência pacífica de dois Estados" em sua tradicional mensagem Urbi et Orbi de Natal.
Do balcão da basílica de São Pedro, o papa declarou que "neste dia da festa, invocamos o Senhor pedindo paz para Jerusalém e para toda a Terra Santa".
"Vemos Jesus nas crianças do Oriente Médio, que continuam a sofrer por causa do agravamento das tensões entre israelenses e palestinos", ressaltou o pontífice. "Rezemos para que entre as partes envolvidas prevaleça a vontade de retomar o diálogo e, finalmente, chegar a uma solução negociada, permitindo a coexistência pacífica de dois Estados", acrescentou.
"Que o Senhor também sustente os esforços de todos aqueles membros da comunidade internacional, movidos de boa vontade, desejam ajudar essa terra martirizada a encontrar o entendimento, a justiça e a segurança que espera há tanto tempo".
Após a decisão do presidente norte-americano Donald Trump de reconhecer a Cidade Santa de Jerusalém como a capital de Israel, o papa fez um apelo recentemente ao "respeito do status quo", em conformidade com as resoluções das Nações Unidas.
A decisão de Trump provocou manifestantes quase diárias nos Territórios Palestinos e obscureceu a festa de Natal para os cristãos palestinos.
Em sua mensagem proferida diante de milhares de fiéis, Francisco alertou contra "os ventos da guerra" e um "modelo de desenvolvimento caduco que segue provocando degradação humana, social e ambiental".
Ele evocou as crianças sírias "marcadas pela guerra", dizendo esperar que a Síria "encontre a dignidade de cada pessoa", comprometendo-se a "restabelecer o tecido social independentemente do pertencimento étnico e religioso". Francisco falou do Iraque, "ainda ferido e dividido pelas hostilidades", e do Iêmen, "onde acontece um conflito em grande parte esquecido", enquanto a população sofre com a fome e doenças.
Guatemala
Na contramão do discurso que tem feito o papa Francisco, o presidente da Guatemala, Jimmy Morales, anunciou no domingo (24) a transferência da embaixada em Israel para Jerusalém, para consolidar seu apoio aos Estados Unidos, apesar da condenação na Assembleia Geral da ONU. "Dei instruções à chanceler (guatemalteca Sandra Jovel) para que inicie a respectiva coordenação", escreveu o presidente em sua conta no Facebook.
Morales havia anunciado em suas redes sociais uma conversa com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a quem prometeu a transferência da sede diplomática guatemalteca de Tel Aviv para Jerusalém.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, saudou ontem a "importante" decisão da Guatemala.
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