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quarta-feira, 8 de novembro de 2017

R$ 1,5 BILHÕES É NECESSÁRIO PARA REFORMAR RODOVIAS.

O levantamento da CNT avaliou pavimento, sinalização e a geometria de CEs e BRs

FONTE:CIDADE

A pesquisa classificou o asfalto como regular, ruim ou péssimo em 52,8% da extensão avaliada nas CEs e BRs que percorrem o Ceará ( Foto: José Avelino Neto )
 por João Lima Neto - Repórter
A 21ª Pesquisa CNT de Rodovias revelou que 2.194 quilômetros (60,6% do total) das rodovias avaliadas no Ceará apresentaram, ao longo de 2017, algum tipo de deficiência e foram avaliadas como regulares, ruins ou péssimas. O restante da extensão pesquisada no Estado (39,4% - 1.424 km) é considerado ótimo ou bom. Na avaliação da CNT, apenas para as ações emergenciais de reconstrução e restauração das vias, com a implementação de sinalização adequada, estima-se que são necessários R$ 997,82 milhões. Já para a manutenção dos trechos classificados como desgastados, o custo estimado é de R$ 595,67 milhões.
No pavimento, foram consideradas as condições da superfície da pista principal e do acostamento. A pesquisa classificou o asfalto como regular, ruim ou péssimo em 52,8% da extensão avaliada nas CEs e BRs que percorrem o Ceará, enquanto que 47,2% foram considerados ótimo ou bom; 53,4% da extensão pesquisada apresentou a superfície do pavimento desgastada.
Na sinalização, foram observadas a presença, a visibilidade e a legibilidade de placas ao longo das rodovias, além da situação das faixas centrais e laterais. O estudo apontou que houve problemas de sinalização em 48% da extensão avaliada - classificação regular, ruim ou péssimo. Em 52,0%, as rodovias do Estado estão entre ótimo ou bom.
Ao observar os trechos onde foi possível a identificação de placas, 15,9% se apresentaram como desgastada ou ilegíveis.

Sobre a geometria da via, foram avaliados o tipo de rodovia, sendo pista simples ou dupla, e a presença de faixa adicional de subida em3ª faixa) com pontes, viadutos, curvas perigosas e acostamentos. A pesquisa constatou que 81,5% da extensão pesquisada não teve condições satisfatórias de geometria; 18,5% tiveram classificação ótimo ou bom nesse aspecto.
O Ceará teve ainda 92,7% da extensão das rodovias avaliadas de pista simples de mão dupla. A pesquisa identificou ainda 35 trechos com buracos grandes, seis com erosões na pista, um com queda de barreira e um com ponte caída.
De acordo com o presidente da CNT, Clésio Andrade, a queda na qualidade das rodovias brasileiras tem relação direta "com um histórico de baixos investimentos em infraestrutura rodoviária e com a crise econômica dos últimos anos".
A 21ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias foi realizada em 30 dias, por 24 equipes de pesquisadores, com cinco equipes de checagem. Além da avaliação do estado geral, do pavimento, da sinalização e da geometria da via, a pesquisa pontuou informações sobre infraestruturas de apoio, como postos policiais, postos de abastecimento, borracharias, concessionárias e oficinas de caminhões ou ônibus, restaurantes e lanchonetes.
Avaliação
Para a professora do Departamento de Transportes da Universidade Federal do Ceará (UFC), a engenheira Verônica Castelo Branco, a pesquisa da CNT tem uma visibilidade muito grande, mas é apenas um recorte. "Ela é um estudo superficial do ponto de vista técnico. Por muitas vezes, ela avalia condição e vias baseada em análises subjetivas em análises a olho nu. Essas estruturas precisam ser avaliadas em camadas. Não tem como diagnosticar somente olhando na superfície. Como qualquer obra, é preciso realizar um processo de sondagem. Avaliar o terreno entre outros pontos para oferecer uma opinião mais embasada", explica a Verônica.
Sobre o valor estipulado para reforma, a especialista fala que obras de infraestrutura de estrada são bastantes elevadas. "É utilizado uma quantidade exagerada de material, pois percorresse quilômetros. O ponto principal é que nós usamos uma política de imediatismo onde a gente resolve as questões a curto prazo e de forma paliativa, ao invés de reestruturar a médio e longo prazo", diz a engenheira. A especialista alerta que falta uma maior visão e atenção do poder público na elaboração de outros modais de mobilidade para BRs e CEs.
Investimento
O Departamento Estadual de Rodovias do Estado do Ceará (Der) informou, por meio de nota, que atualmente possui uma malha rodoviária pavimentada de aproximadamente 7,847 mil km dos quais apenas 1.209 Km (15,40%) de rodovias estaduais f oram analisados pela CNT em 2017. "Considerando que a malha total avaliada pela CNT no Estado do Ceará no ano de 2017 foi de 3.680 Km, compreendendo trechos de jurisdição Federal e Estadual, evidencia-se que apenas33% das rodovias pesquisadas são de jurisdição Estadual, enquanto os outros 67% são de jurisdição federal", diz o comunicado do órgão.
Segundo o órgão, de 2015 a 2017, foram concluídos cerca de 1.445,58 km, com investimento de R$ 1.183.915.781,29, e em andamento 703 km, entre pavimentação, restauração e duplicação, onde o aporte financeiro é de R$ 753.080.498,67 milhões. O Der declara ainda que realiza intervenções em rodovias que não estão contempladas pela pesquisa da CNT com duplicação, restauração e pavimento.

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