Para o pontífice, a escalada da corrida armamentista é "uma despesa considerável para as nações", em detrimento de outras prioridades como a luta contra a pobreza
por AFP
O papa Francisco expressou nesta sexta-feira (10) sua preocupação diante o risco de que armas nucleares, que estão se expandindo no mundo, caiam nas mãos de terroristas.
Durante um simpósio sobre o desarmamento nuclear organizado pelo Vaticano, reunindo, entre outros, onze Prêmios Nobel da Paz e representantes da ONU e da OTAN, o papa afirmou que "as tecnologias nucleares estão se expandindo, também através de canais informáticos, e os instrumentos legislativos internacionais não impedem que novos Estados se juntem aos que já possuem armas nucleares".
"Os cenários resultantes são profundamente perturbadores, dado os desafios da geopolítica contemporânea, como o terrorismo ou a guerra assimétrica", acrescentou.
O pontífice argentino também denunciou "o falso sentimento de segurança" decorrente das armas de destruição em massa, especialmente armas nucleares. Para ele, a paz entre os povos deveria ser inspirada por "uma ética da solidariedade".
A escalada da corrida armamentista também representa "uma despesa considerável para as nações", em detrimento de outras prioridades como a luta contra a pobreza, lamentou.
E a mera posse de armas nucleares "deve ser firmemente condenada", insistiu Francisco, destacando "o risco de uma detonação acidental".
Muitos Prêmios Nobel da Paz, como Mohamed El Baradei e Muhammad Yunus, devem falar durante este simpósio de dois dias, intitulado "Perspectivas para um mundo livre de armas nucleares e para o desenvolvimento integral".
De acordo com Silvano Tomasi, delegado do papa sobre questões de desarmamento nuclear, o simpósio foi organizado tendo em vista a crise entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos.
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