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terça-feira, 19 de setembro de 2017

A FALTA DE CHUVAS AGRAVA O QUADRO DA SECA NO CEARÁ.

Segundo a Funceme, houve evolução das condições de seca para pior em agosto, em relação a julho último

Fonte:DN/Cidade

No Ceará, as poucas chuvas do mês de agosto contribuíram para a expansão para norte da área de seca fraca (S0), tendo como consequência a redução da área sem seca ( FOTO: Reprodução/Monitor das Secas )
 por João Lima Neto - Repórter
A falta de chuvas no Estado está intensificando as áreas de seca. Conforme o monitoramento mensal da Agência Nacional de Águas (Ana), no Ceará, as poucas chuvas do mês de agosto expandiram para a Região Norte a área de seca fraca, tendo como consequência a redução da área sem seca. No Sul do Estado, também se verificou a expansão da forma extrema. Nas demais áreas atingidas, principalmente aquelas com intensidades moderada e grave, não houve mudanças significativas, quando comparado com o traçado do mês de julho. Em relação aos impactos, estes se mantiveram como sendo de curto e longo prazo. 
Na avaliação de Raul Fritz, meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a falta de precipitação agravou ainda mais a situação do Estado. “Houve uma evolução das condições de seca para pior, em relação ao mês passado. A área mais ao Norte do Estado, que estava sem seca relativa, próximo do litoral entre Fortaleza e o Oeste do Piauí, diminuiu. Nas demais regiões, houve uma expansão. O Sul do Estado, como nas regiões do Inhamuns, Cariri e do Vale do Jaguaribe foram as mais atingidas. Tínhamos seca grave nessas áreas; passou-se para seca extrema”, explica o profissional. 

A expectativa da Funceme é que o quadro possa mudar em dezembro deste ano, principalmente para região Sul do Estado com a pré-estação chuvosa. “São influências de sistemas frontais que atingem o Sul do Nordeste com frentes frias que passam pela Bahia e trazem instabilidade para zona do Cariri, mas nem sempre acontece”, ressalta Fritz. 
Ainda na avaliação do meteorologista, os impactos serão sentidos na falta de recursos hídricos que tendem a piorar. “Se tínhamos açudes com níveis baixos, vão secar mais ainda. Os lençóis freáticos podem abaixar ainda mais, os superficiais e os subterrâneos. Onde você tem cobertura vegetal maior, o clima tende a melhorar o ambiente. Nessa época, o tempo no Interior é quente por falta de nuvens mais densas e de chuvas. A incidência de sol é ainda maior. Isso aquece a superfície que, por sua vez, e aquece o ar. Normalmente temos temperaturas mais elevadas. O ar fica mais seco”, conclui. Na semana passada, o Diário do Nordeste
publicou matéria informando que o Ceará não apresentava mais seca severa com base no Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). 
Segundo Raul Fritz, o dado é diferente da Funceme pois o Cemaden utiliza índices diferentes no cálculo. “Entramos em contato para eles revisarem os índices utilizados. Nós seguimos também um sistema internacional, só que o do Cemaden é mais sensível. Nosso trabalho é mais refinado e agrega nossas condições climáticas”. 
De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), no mês de agosto, historicamente as chuvas com volumes mais expressivos, com acumulados acima de 100 mm, se concentram na faixa da zona da mata e agreste, entre o Estado da Paraíba e recôncavo baiano. No sul da Bahia, leste do Rio Grande do Norte e noroeste do Maranhão, estes acumulados oscilam entre 50 mm e 100 mm. Nas demais áreas do Nordeste brasileiro, os volumes das chuvas não ultrapassam os 25 mm. 
Neste mês, os maiores volumes de chuvas (com acumulados variando entre 50 mm e 125 mm) se concentraram no extremo sul da Bahia e na faixa da zona da mata, entre os estados de Pernambuco e Sergipe. Em pontos isolados dessa faixa, a exemplo da cidade de Maceió e região metropolitana foram registrados volumes mais elevados de chuvas, com acumulados superando os 200 mm. 
Abaixo
Na zona da mata paraibana e no extremo noroeste do Maranhão estes acumulados variaram entre 25 mm e 50 mm. Nas demais áreas do Nordeste, onde houve registro de chuvas, estes acumulados ficaram abaixo dos 25 mm. Em agosto, as chuvas ficaram em torno da normalidade em quase ,toda a Região. 
Naquelas áreas onde são esperadas precipitações, com volumes mais expressivos, a exemplo da zona da mata e agreste, as chuvas que ocorreram nesse mês variaram entre a normalidade a valores de até 50 mm abaixo do normal na maior parte dessas áreas. Já no extremo sul da Bahia e na área de abrangência do município de Maceió, as chuvas de agosto ficaram com até 50 mm acima da normalidade. 

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