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segunda-feira, 22 de maio de 2017

PROFISSÃO CERTA: DE FAXINEIRA A JUÍZA.

Adriana Queiroz superou as adversidades e trabalhou duro pelo sonho

Rio - Conquistar o cargo de juiz não é tarefa fácil. Ainda mais para quem vem de família pobre, sem dinheiro para pagar cursos caros e comprar os livros necessários para estudar. Foi assim com Adriana Queiroz. Filha de trabalhadores rurais que se mudaram da Bahia para o interior de São Paulo em busca de melhores oportunidades, ela teve que trabalhar como faxineira para pagar a faculdade de Direito. Essas e outras dificuldades foram superadas com muita determinação e Adriana conseguiu realizar o sonho: passou no concurso e hoje é magistrada em Goiás. Aos 38 anos, está lançando o livro ‘Dez passos para alcançar seus sonhos — a história real da ex-faxineira que se tornou juíza de direito’. Ela conversou com a coluna:
Aos 38 anos, está lançando o livro 'A história real da ex-faxineira que se tornou juíza de direito''Acervo Pessoal
Como nasceu o desejo de fazer Direito?
ADRIANA — Sempre falo que esse desejo é despertado em nosso coração. Escolhi Direito porque a minha realidade era muito dura, vinha de contexto de injustiça social, de preconceito, de várias injustiças e o curso era a única possibilidade que eu via de mudar essa situação através do trabalho. 
Você fez faxina para pagar a mensalidade do curso?

Não trabalhava na época, me inscrevi na faculdade, passei em terceiro lugar e vivi o dilema: desistir do sonho ou buscar alguma solução? Procurei trabalho e consegui vaga de faxineira na Santa Casa.

Não deve ter sido fácil...
Tive que fazer teste antes, porque não era todo mundo que conseguia exercer a função em ambiente hospitalar. Falei que ia conseguir, porque era o caminho que eu tinha para pagar minha faculdade.
Com tantas dificuldades, como foi o período da faculdade? Quando resolveu ser juíza?
Não tinha dinheiro para comprar material, no Direito a gente lê muitos livros. Eu usei livros da biblioteca, nunca me importei de ir para a faculdade com o mesmo par de sapatos todo dia, com a mesma roupa. Sempre tive como mais importante a vontade de vencer. Porque ali, no banco acadêmico, eu era igual a todo mundo, não importava se tinha colegas em melhores condições que as minhas. Estávamos no mesmo lugar, tendo a mesma vontade de estudar. Ali eu conheci a carreira da magistratura, me interessei demais, resolvi arriscar para concretizar esse outro sonho audacioso.
Como as pessoas receberam essa sua escolha, essa vontade de ser juíza?
Tinha umas pessoas que diziam coisas como: ‘Você não vai conseguir, esse cargo não é para você’, ‘negra, pobre, isso jamais vai estar ao seu alcance’. Mas me recusei a aceitar isso porque acreditava nessa possibilidade. Se estudadsse e me dedicasse. E força de vontade nunca me faltou.
O que teria a dizer aos jovens que pretendem seguir uma carreira que acreditam ser quase impossível?
Que tenham fé inabalável em Deus e nas suas capacidades pessoais e que, apesar das dificuldades que possam enfrentar, é possível realizar o sonho. É uma trajetória que vale a pena, é enriqueceedora. Faria tudo de novo para estar onde eu estou hoje.

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