Fortaleza, Missão Velha, Várzea Alegre, Russas, Eusébio e Maranguape conseguiram resultado saindo do negativo
por Hugo Renan do Nascimento - Repórter
Mais da metade dos municípios cearenses (54%), onde a pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) é realizada, registrou saldo positivo de emprego em fevereiro deste ano. Das 64 cidades, 35 obtiveram resultado satisfatório. As demais, 29, tiveram saldo negativo. Os principais destaques são: Fortaleza (429), Missão Velha (271), Várzea Alegre (199), Russas (175), Eusébio (130) e Maranguape (108). Da Região Metropolitana, Caucaia (30), Itaitinga (47), Maracanaú (37) e São Gonçalo do Amarante (38) também atingiram saldo de vagas formais positivo.
Perfil do trabalhador
De acordo com análise do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), em fevereiro observou-se saldo positivo de empregos apenas para trabalhadores do sexo masculino (132). Por outro lado, houve fechamento de vagas para as trabalhadoras do sexo feminino num total de 68 postos.
Ainda segundo o Ipece, como resultado do movimento de contratações no mês de fevereiro foi observado resultado positivo apenas para empregados que possuem ensino superior completo. "Ao se combinar os dados de setor por grau de instrução do saldo de empregos registrado em fevereiro de 2017 é possível observar que a maioria dos empregados contratados pela Construção civil possuem Ensino Fundamental Completo e que o setor que mais contratou empregados com Ensino superior completo foi o de Serviços", esclarece o Instituto.
Conforme análise do Ipece, o mercado de trabalho nacional e cearense deu os primeiros sinais de recuperação após sucessivos meses de resultados negativos. "Todavia, o resultado positivo observado em fevereiro último ainda não foi o bastante para resultar em saldo positivo para o ano. Nota-se que nove estados já conseguiram alcançar tal feito", diz o estudo.
O Ipece também afirma que o resultado do Ceará foi influenciado principalmente pelas boas contratações no setor da Construção Civil, Serviços e da Administração Pública, revelando sinais de melhoria nas expectativas por parte do empresariado cearense.
"É esperado para os próximos meses uma melhoria no quadro de contratações em função principalmente do aumento da dinâmica da atividade de produção que ocorrerá com maior intensidade do segundo para o terceiro trimestres, o que poderá resultar num saldo positivo de contratações. Por fim, pode-se afirmar que em parte este resultado já está influenciado pela reversão das perspectivas por parte dos agentes econômicos e pela injeção de novos recursos oriundos do FGTS dos inativos, o que resultará em aumento da demanda por bens e serviços", ressalta.
Desempenho geral
O saldo de emprego formal cresceu no Ceará, de acordo com dados do Caged, referentes ao mês de fevereiro. Foram 64 postos de trabalho, resultado da diferença entre um total de 32.422 admissões e 32.358 desligamentos. Os números de fevereiro vêm após o fechamento de 7.436 postos de trabalho formal no primeiro mês deste ano, queda de 0,64%. Apesar de tímido, o resultado representa o primeiro fevereiro com saldo positivo desde 2014, quando o mês encerrou com 7.231 postos.
Com o resultado, no ano, foram perdidas 7.601 vagas, diferença entre 63.914 admissões e 71.515 demissões. Em 12 meses, o Ceará perdeu 32.081 vagas de trabalho formais, sendo 398.075 admissões e 430.156 desligamentos.
Atividades
Por setor de atividade econômica, a maior geração de vagas no Estado foi observada na Construção Civil, com 1.066 vagas, seguida pelo setor de Serviços (972); Administração Pública (317 vagas); Serviços Industriais e de Utilidade Pública (46) e Indústria de Transformação, com uma vaga. Os resultados negativos ficaram por conta do Comércio (-1.438); Agropecuária (-869) e Extrativa Mineral (-31).
O estudo do Ipece ainda informa que no caso da Construção Civil a reversão foi bastante significativa, depois de dois resultados negativos sucessivos, revelando sinais de retomada do ritmo de produção desse segmento da economia estadual.
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