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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

TRÁFICO DE DROGAS CORRESPONDE A 35,2% DE TODOS OS CRIMES COMETIDOS POR MULHERES NO CEARÁ.

Em segundo e terceiro lugar, vem, respectivamente, os crimes de roubo à pessoa (304) e furtos (298)

 por Márcia Feitosa, editora de Polícia
mulher presa
Ana Valda estava sendo investigada a dois meses por tráfico de drogas
tráfico de drogas é o principal motivo de encarceramento de mulheres no Ceará. As estatísticas apontam que, apenas em 2016, cerca de 1.023 adultas e adolescentes foram detidas por cometer este crime. O número representa 35,2% dos crimes cometidos por pessoas do sexo feminino. Em segundo e terceiro lugar, vem, respectivamente, os crimes de roubo à pessoa (304) e furtos (298). 
Também há um aumento significativo no número de detenções de mulheres no início de 2017. Em janeiro deste ano, 202 mulheres foram presas. O número representa um aumento de 10,9%, se comparado com igual período de 2016, quando 182 mulheres foram capturadas.  Já o número de adolescentes apreendidas, mês passado, sofreu queda de 42%. Em janeiro de 2016, foram apreendidas 88 jovens, enquanto em 2017 ocorreram 51 prisões.
Casos

Somente nos últimos 15 dias, foram presas três mulheres envolvidas com a venda de entorpecentes, segundo a Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD). A Polícia desarticulou, no último dia 13, um esquema de tráfico que acontecia no estacionamento de um supermercado, localizado no bairro Dias Macêdo. Na situação, Antonia Valdisa Alves Martins, 41, confessou que iria fazer uma entrega de drogas e foi apreendida com duas peças de cocaína. Após as investigações preliminares, a Polícia descobriu que a mulher tinha uma comparsa, de nome Rayane Suzi Gomes da Silva, 26, que foi presa no Parque Santa Rosa. Com as duas criminosas, os policiais apreenderam 5,2 quilos de cocaína e 1,8 quilos de crack.
Já no último dia 10, Maria Regia Da Silva Milfont (37), responsável por fazer ‘correria’ (ato de distribuir drogas entre os traficantes), foi presa no Pirambu. A mulher vestia uma farda de uma empresa de cosméticos, mas, ao invés do produtos de beleza, havia um quilo de cocaína na mochila da acusada. 
Após ser detida, Maria Regia apontou o local onde teria recebido a droga, que era um laboratório de desdobramento de cocaína e a fabricação de crack. No espaço, a Polícia apreendeu mais cem gramas de cocaína, insumos para desdobramento de drogas, além de uma prensa hidráulica, uma balança de precisão, utensílios utilizados no manuseio dos entorpecentes e embalagens para drogas. 
Nenhuma das suspeitas tinha antecedentes criminais. As duas foram conduzidos à sede da DCTD, onde foi feito o flagrante por tráfico e associação para o tráfico de drogas.
Para a delegada Patrícia Bezerra, diretora da DCTD, o combate ao crime por parte dos agentes de segurança do Estado é responsável por evidenciar a participação das mulheres nesses crimes. "A maior repressão pode ter levado mais mulheres a se envolver no crime. A participação feminina levanta menos suspeitas exatamente por serem elas, no imaginário popular, menos sujeitas ao cometimento de ilícitos", afirmou Patrícia.

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