Novo boletim foi divulgado nesta quarta-feira (1º) pela Sesab.
Levantamento considera o período entre 14 de dezembro e 24 de janeiro.
O número de casos de mialgia aguda, doença misteriosa conhecida por provocar dor muscular intensa e deixar a urina preta, subiu de 52 para 64 na Bahia. Os dados são referentes ao período entre 14 de dezembro de 2016 e 24 e janeiro deste ano. O novo boletim foi divulgado nesta quarta-feira (1º) pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Até agora, duas pessoas morreram com suspeitas da doença no estado.
Os primeiros registros de sintomas da doença foram registrados na Bahia em dezembro de 2016. Segundo a Sesab, dos 64 casos registrados no levantamento, 60 ocoreram em Salvador. Trinta e três já podem ser classificados como suspeitos por causa dos resultados das amostras de sangue. Além da capital baiana, os municípios de Vera Cruz, Dias D’Avila, Camaçari e Alcobaça registraram um caso cada.
O boletim que apontava 52 casos no estado foi divulgado pelo órgão no início do ano e levava em conta o período até o dia 5 de janeiro. Antes disso, o último levantamento, realizado seis dias antes, levava em conta 30 casos.
Os sintomas da doença são dor muscular intensa, de início súbito, acometendo principalmente a região cervical e de trapézio, associada a dores nos braços e/ou dorso, coxas, panturrilhas sem causa aparente e elevação de creatinofosfoquinase. Os pacientes podem também chegar a um quadro de insuficiência renal e, por isso, apresentar urina escura.
Casal de turistas
Um casal de turistas de São Paulo (SP) que passou as férias na Bahia também apresentou os sintomas da doença misteriosa. Sibely e Robson Rodrigues chegaram ao estado no dia 18 de janeiro e ingeriram peixe nos três primeiros dias, na Praia do Forte e em Barra do Pojuca. Os filhos do casal, de 7 e 11 anos, também comeram, mas não tiveram os sintomas.
Um casal de turistas de São Paulo (SP) que passou as férias na Bahia também apresentou os sintomas da doença misteriosa. Sibely e Robson Rodrigues chegaram ao estado no dia 18 de janeiro e ingeriram peixe nos três primeiros dias, na Praia do Forte e em Barra do Pojuca. Os filhos do casal, de 7 e 11 anos, também comeram, mas não tiveram os sintomas.
"Primeiro, eu comecei com os sintomas: uma dor muito forte na musculatura na parte de trás da coxa, subiu pela lombar, pelas costas, no pescoço e, enfim, pelos braços. Na sequência eu não me mexia mais. Fiquei paralisada", disse Sibely.
O marido apresentou os sintomas cerca de uma hora depois. Ambos tiveram problemas nos rins e tiveram urina preta. "A intensidade da dor é muito forte. Pra você ter uma ideia, eu já tive dengue. E pra mim, foi muito mais forte que a dengue. E a cor da urina era cor de refrigerante Coca-Cola", completou a turista.
Robson teve um grau maior de insuficiência renal, enquanto Sibely apresentou um inchaço no fígado. Eles precisaram de atendimento em um Posto de Saúde e em um hospital da cidade de Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador. Na volta a São Paulo, o casal foi internado no Hospital Paulistano. O tratamento foi à base de hidratação.
Doença em investigação
Segundo o médico infectologista Antônio Bandeira, que também investiga a doença na Bahia, a causa mais provável é a intoxicação por peixe. Outro especialista, o médico Gúbio Soares, acredita na possibilidade de um vírus - ele analisou o caso de uma mulher que teria desenvolvido os sintomas da doença após entrar em contato com a irmã.
Segundo o médico infectologista Antônio Bandeira, que também investiga a doença na Bahia, a causa mais provável é a intoxicação por peixe. Outro especialista, o médico Gúbio Soares, acredita na possibilidade de um vírus - ele analisou o caso de uma mulher que teria desenvolvido os sintomas da doença após entrar em contato com a irmã.
A doença permanece em investigação pelo Ministério da Saúde. Amostras foram enviadas a um laboratório dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, em inglês), nos Estados Unidos, ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, e para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.
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