Registros feitos em diário revelam características da história de Joinville.
Família investigou origem dos escritos e chegou até o filho da autora.
Um antigo caderno escrito por uma menina de 9 anos em 1948 e encontrado em meio ao entulho levou uma família de Joinville, no Norte catarinense, a investigar sua origem e localizar os parentes da autora. O diário, recheado de memórias e anotações em português e alemão, guarda traços de uma época distante e da própria história da cidade.
O caderno foi encontrado há aproximadamente sete anos pela dona de casa Neuza Doret em meio a entulhos que posteriormente seriam utilizados na olaria da família. "É como você pegar um livro, não começa a imaginar os personagens? É a mesma coisa. Você começa a ler e começa a imaginar os personagens. Como eram eles naquela época", conta Neuza.
As recordações, datadas em 1948, pertenciam a uma menina chamada Waltrudes, e mostram características de uma Joinville quase esquecida. Curiosa com a história por trás do caderno, Neuza buscou a ajuda de familiares e até da imprensa para encontrar sua origem - e conseguiu.
Através do sobrenome assinado pela menina, bastante tradicional em Joinville, foi possível encontrar o filho mais velho de Waltrudes, Kurt Kampmann, que se surpreendeu com a descoberta.
Através do sobrenome assinado pela menina, bastante tradicional em Joinville, foi possível encontrar o filho mais velho de Waltrudes, Kurt Kampmann, que se surpreendeu com a descoberta.
"Foi uma grande surpresa porque um objeto, um diário da minha mãe que tinha a idade que hoje tem a minha neta, então foi uma coisa totalmente inesperada", diz.
Vendia flores, ovos e marrecos
Kurt também contou detalhes sobre a trajetória da mãe, que morreu cedo, aos 55 anos de idade. Segundo ele, Waltrudes foi filha única e morou durante a infância no Centro de Joinville, onde os pais tinham um açougue.
Começou a trabalhar cedo, ajudando a família com a venda de flores, ovos, marrecos e queijos. Assim como as páginas já amareladas mostram, a menina tinha uma personalidade dócil, traço que manteve até a vida adulta.
Vendia flores, ovos e marrecos
Kurt também contou detalhes sobre a trajetória da mãe, que morreu cedo, aos 55 anos de idade. Segundo ele, Waltrudes foi filha única e morou durante a infância no Centro de Joinville, onde os pais tinham um açougue.
Começou a trabalhar cedo, ajudando a família com a venda de flores, ovos, marrecos e queijos. Assim como as páginas já amareladas mostram, a menina tinha uma personalidade dócil, traço que manteve até a vida adulta.
"Ela entrava na casa de todo mundo pela porta dos fundos. Ia lá entregar ovos, ricota e todo mundo gostava dela. Então eu acho que é bem isso. Na vida adulta ela deve ter continuado essa empatia com as pessoas", conta Kurt.
Neuza, por sua vez, considera a missão cumprida. "A história não pode morrer. Isso aqui é história. Porque vai deixar para os netos, bisnetos, que daqui a 100 anos estarão vendo este livrinho e vendo como era a vida. Isso é importante, é registro histórico."
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