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sexta-feira, 14 de outubro de 2016

A BANCADA CEARENSE SE MOBILIZA PELA TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO.

Camilo Santana pediu empenho dos parlamentares cearenses no sentido de garantir a continuidade

por Marcus Peixoto - Repórter
A suspensão da obra aconteceu no setor Norte, no território pernambucano e que é vital para que as águas cheguem ao Ceará ( Foto: Fabiane de Paula )
Fortaleza. O governador Camilo Santana mobilizou, na manhã de ontem, a bancada dos deputados na Câmara Federal no sentido de priorizarem ações que minimizem os efeitos da seca. O apelo se deu, mais especificamente, para a expansão de recursos destinados ao Cinturão das Águas no Orçamento da União para 2017 e para a retomada das obras da Transposição do Rio Francisco, que se encontram suspensas.
Na ocasião, Santana falou da necessidade de se marcar audiências com o presidente Michel Temer, o Ministério da Integração Nacional e com o Tribunal de Contas da União. No encontro, que aconteceu no Palácio da Abolição, estiveram presentes 14 parlamentares do Congresso Nacional. A pauta emergencial é com relação à interrupção das obras da transposição pela construtora Mendes Júnior, que abandonou a obra. Segundo informou o titular da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), Francisco Teixeira, a retomada dos serviços ficou condicionada a um novo edital. Com isso, a expectativa é que se leve mais um ano para que as águas do São Francisco cheguem ao Ceará, enquanto que a crise hídrica se agrava a cada momento.

Atualmente, nos 153 açudes monitorados pelo Governo do Estado, por meio da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh), há uma reserva de 1,58 bilhões de metros cúbicos, correspondendo a 8,4%, enquanto poderia aportar até 18,64 bilhões de metros cúbicos.
Preocupação
Segundo o deputado Leônidas Cristino, que esteve presente à reunião, a preocupação do governador com a falta d'água se agravando no próximo ano decorre do fato de que ainda não há uma certeza de que se contará com uma quadra chuvosa. Embora não tenha sido descartado, um novo ano de seca em 2017, caso isso venha a ocorrer, não poderá ser enfrentado sem a conclusão da Transposição e mais o Cinturão das Águas.

O deputado Moroni Torgan, também presente à reunião, disse que houve uma imediata compreensão dos deputados ao pleito do governador, devendo a reunião com o TCU e com o ministro da Integração Nacional, Hélder Barbalho, acontecer na próxima semana. Já a audiência com o presidente Michel Temer ficaria em pendência com a agenda, em vista de se encontrar em viagem internacional. "Temos a possibilidade de chuvas para a próxima quadra, mas é imprescindível que não contemos apenas com esse aspecto", disse Moroni.
Custeio
O secretário de Relações Institucionais, Nelson Martins, disse que a suspensão da obra aconteceu no setor Norte, no território pernambucano e que é vital para que as águas cheguem ao Ceará.
No entanto, Martins disse que igualmente prioritário é o maior aporte de recursos para a consecução do Cinturão das Águas. A intenção do governo federal é disponibilizar um montante de R$ 210 milhões para o próximo ano. Já o governo do Estado pleiteia um acréscimo de R$ 150 milhões, o que garantiria o custeio necessário de R$ 30 milhões por mês.
"Estamos vivendo um momento de muita apreensão em que todas as alternativas de enfrentamento da seca estão sendo avaliadas", disse o secretário.
Estiveram presentes os deputados federais Leônidas Cristino, José Guimarães, Danilo Forte, Vitor Valim, Odorico Monteiro, Ariosto Holanda, Vicente Arruda, André Figueiredo, Domingos Neto, Moroni Torgan, Paulo Henrique Lustosa e Chico Lopes, além de representante do deputado Ronaldo Martins e o secretário Élcio Batista (da chefia de Gabinete).
Fique por dentro
Obra teve até três datas para conclusão
Na transição do governo Dilma para Michel Temer houve, pelo menos, três datas para a conclusão das obras de Transposição do Rio São Francisco. A primeira delas foi de que seria entregue até fevereiro do ano passado, uma outra em setembro deste ano. Por fim, a terceira seria até o fim deste ano.
Agora, já não se tem um prazo planejado, por conta da suspensão dos trabalhos da empresa Mendes Júnior. Essa possuia dois contratos firmados com o Ministério da Integração para construção das estruturas de engenharia da primeira etapa (Meta 1N) do Eixo Norte da transposição, que compreende a captação de água do Rio São Francisco, em Cabrobó (PE), até o início do reservatório Jati, no Ceará. De lá, chegaria ao Castanhão pelo Cinturão das Águas.

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