Dados indicam que quase a metade dos que buscam refúgio fora de seus países são menores de idade
Fonte:DN Internacional/jardim camocim
Nova Iorque. Passa de 50 milhões o número de crianças vivem "deslocadas" no mundo após abandonarem seus lares em consequência de guerras, violência e perseguições, alerta o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em estudo publicado ontem. No fim de 2015, ao menos 31 milhões de crianças viviam refugiadas no exterior e 17 milhões estavam deslocadas em seus próprios países. A agência da ONU observa ainda que as crianças representam uma parte desproporcional das pessoas que buscam refúgio fora de seu país de nascimento: são quase a metade dos refugiados para um terço da população mundial.
"As imagens indeléveis das crianças vítimas - o pequeno corpo de Aylan Kurdi encontrado em uma praia afogado ou o olhar perdido no rosto ensanguentado de Omrane Daqneesh, sentado em uma ambulância após a destruição de sua casa - sacudiram o mundo inteiro", declarou Anthony Lake, diretor-geral da Unicef.
"Cada foto, cada menina ou menino simbolizam milhões de crianças em perigo e necessitamos que a compaixão que sentimos pelas vítimas que podemos ver se traduza em uma ação a favor de todas as crianças", disse Lake, ao anunciar os números.
Do total de 50 milhões de crianças "deslocadas", uma avaliação "prudente" da Unicef indica que 28 milhões foram expulsas de suas casas por conflitos, e têm uma necessidade urgente de ajuda humanitária e de acesso aos serviços essenciais. Outras 20 milhões de crianças deixaram suas casas devido à extrema pobreza ou diante da violência de grupos criminosos.
"Muitos correm os risco de serem maltratados ou detidos, diante da falta de documentos ou de um estatuto jurídico preciso", destaca a Unicef.
Em 2015, em torno de 45% das crianças refugiadas sob a proteção da ONU eram originários de Síria e Afeganistão. Diante deste panorama, a Unicef conclamou as autoridades a acabar com a detenção de crianças imigrantes e de solicitantes do status de refugiado, a não separá-los de suas famílias, a permitir seu acesso aos serviços de saúde e a promover a luta contra a xenofobia e a discriminação.
Histórias reais
Em março, o Unicef lançou uma série de filmes de animação para ajudar a fomentar atitudes positivas em relação às dezenas de milhões de crianças e jovens que se deslocam em diversas partes do mundo.
Sob o título Unfairy Tales (Contos Desencantados, em tradução livre), os três filmes de animação - histórias reais de crianças e adolescentes que fogem da guerra - explicam o horror que os levou a fugir. Essas histórias foram animadas no formato de contos de fadas (fairy tales, em inglês) e são apoiadas por um livro interativo.
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